A Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) desenvolve dois projetos, em parceria com a Sedepp (Secretaria de Desenvolvimentos de Presidente Prudente) e o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), para estimular o aumento na renda de micro e pequenos hortifruticultores da região. Segundo a coordenadoria, uma reunião entre os órgãos ocorrerá amanhã e tem o objetivo de traçar as logísticas das duas iniciativas. De acordo com os parceiros, a ideia é melhorar o relacionamento entre os agricultores, o varejista e o consumidor final.
Projetos visam diminuir influência dos intermediários entre produtor e consumidor
Segundo a Cati, os trabalhos poderão beneficiar aproximadamente mil produtores. Um deles já está sendo desenvolvido, junto ao Sebrae, e pretende estreitar o relacionamento entre os agricultores com supermercados, restaurantes, sacolões, entre outros. Já a outra ideia tem como objetivo desenvolver as chamadas "Feiras da Lua", onde o consumidor final poderia comprar suas frutas e hortaliças diretamente dos hortifruticultores.
De acordo com o titular da Sedepp, Aristeu Santos Penalva de Oliveira, com a parceria, os órgãos pretendem evitar que os produtores necessitem do agente de mercado, denominado por eles, como "atravessador". O secretario explica que muitos insumos são vendidos para essas pessoas que, por sua vez, os levam para algumas das unidades da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e, posteriormente, voltam para a região com toda essa logística agregada ao preço final. "Com a ideia, o consumidor será beneficiado, pois terá a oportunidade de comprar produtos de melhor qualidade e com preços melhores", explica.
Para o engenheiro agrônomo da Cati, Lauro Eiji Tiba, com os trabalhos, o produtor poderá negociar melhor suas produções e, assim, aumentar sua lucratividade. Ele diz ainda que o órgão pretende conseguir, junto ao Executivo, um prédio para que esses projetos sejam desenvolvidos. "A nossa intenção é que os horticultores tenham um lugar onde possam deixar sua produção para que ela seja comercializada. Sendo assim, eles terão a oportunidade de negociar diretamente com o consumidor final ou mesmo com o mercado varejista. Em contrapartida, os compradores teriam um lugar específico para adquirir suas frutas e hortaliça, facilitando esse relacionamento", argumenta.
O diretor regional da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Pedro Henrique Nicoluci, aprova as iniciativas. No entanto, bem como Tiba, ele ressalta a importância de haver um local para que esses produtos sejam alocados e comercializados. "Em diversas conversas que tive com os hortifruticultores, eles relataram que, devido ao trabalho no campo, não conseguem fazer as distribuições ou negociações com os varejistas. Já as empresas não conseguem ir até eles e fazer essas compras diretas, pois encareceria os custos. No entanto, se tiver um local, onde eles possam alocar seus produtos e vendê-los, será interessante para todo o mercado local", considera.