Aos 62 anos, a dona de casa Célia Maria Dionísio entrou, neste ano, numa universidade pela primeira vez como aluna. A aposentada Marli Barreto Maldonato, 64, retornou à Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) de Presidente Prudente após 39 anos de formada, quando concluiu Letras. Elas não se tornaram acadêmicas, mas vão quase todos os dias ao local em busca de novos conhecimentos por meio do projeto Unoeste + Terceira Idade. São exemplos do novo modelo de idoso e participam dos quatro cursos oferecidos: artes, ginástica, informática e, a partir deste semestre, dança.
Primeira aula lotou e alunas mostraram muita disposição; vagas deste segundo semestre já foram preenchidas
Ficar em casa, após a aposentadoria, se sentindo sozinho, não é mais o perfil desse público que cresce no Brasil a cada ano. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o grupo de idosos acima de 60 anos será maior que o grupo de crianças com até 14 anos em 2030. Contudo, eles não querem apenas viver mais, e sim viver melhor!
Presidente Prudente foi avaliada como a oitava melhor cidade para se viver no Brasil após a aposentadoria, segundo a pesquisa realizada pela empresa de análise de dados Urban System. Ações promovidas por instituições públicas e privadas contribuem para este cenário, como o Unoeste + Terceira Idade, realizado desde março pela Proext (Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária) da Unoeste. E neste segundo semestre, as atividades voltaram com tudo! Agora, mais um curso integra esse projeto: dança. A primeira aula lotou e as alunas mostraram muita disposição.
Josué Pantaleão da Silva, coordenador do projeto, explica que a ideia é "movimentar" esse público e trazê-lo para o ambiente acadêmico, promovendo integração entre idosos e estudantes, além de criar uma nova expectativa de vida. "Ações como essa contribuem para colocar Prudente nessa posição , pois, a partir deste convívio, os alunos passam a estudar formas de melhorar ainda mais a vida dos idosos".
Dona Célia tem três filhos, duas formadas e o mais novo universitário. "Moro apenas com meu filho e ficava muito tempo só. Com o projeto meus dias são mais alegres!", revela. Também mãe de três, todos formados, dona Marli gosta de todas as aulas, mas destaca a de informática. "Meus filhos até tentaram me ensinar, mas com os monitores estou conseguindo aprender melhor a manusear o computador".
Informações
As atividades do Unoeste + Terceira Idade são gratuitas e realizadas no campus I da universidade, todas conduzidas por professores e acadêmicos. As vagas para este segundo semestre já foram preenchidas, mas o coordenador do projeto salienta que os interessados podem se inscrever na lista de espera para o próximo ano.
