O projeto Black Piano, de Presidente Prudente, realiza o primeiro show na capital paulista, neste domingo, gratuitamente. A seleção ocorreu a nível estadual, pelo programa Sesi Música, na modalidade “Intervenções musicais Sesi 2023”.
Composto por Déborah Matsu (voz) e Paulo Moreira (saxofone), o grupo nasceu no período da pandemia do coronavírus com o objetivo além do mero entretenimento.
“‘Tava’ todo mundo tentando achar de que caminhão de mudança tinha caído”, Paulo lembra, com leveza de uma época conturbada, mas que trouxe uma luz em meio à tanto sofrimento. “Eu fui provocado sobre o que minha arte estava proporcionando para as pessoas. Foi um tapa na cara, pois eu percebei que nos últimos anos eu estava fazendo entretenimento pelo entretenimento. Neste mesmo período, surgiu a lei emergencial Aldir Blanc que foi direcionada aos trabalhadores da cultura, que consistia em desenvolver algum projeto. Então eu desengavetei esse projeto, conversei com a Débora e foi a partir daí que surgiu o Black Piano”, ele conta.
A vontade de levar o conhecimento sobre a diáspora africana, que é base do desenvolvimento da sociedade brasileira, através da cultura musical de artistas negros foi a maior motivação para o nascimento do Black Piano, segundo Paulo. “A minha arte tem que gerar transformação”, enfatiza o saxofonista.
O contexto emergencial não foi apenas devido à pandemia; o Black Piano partiu de uma urgência pessoal, também. “Senti a necessidade de me revisitar enquanto artista”. Quando o grupo iniciou o projeto, a expectativa era de alcance local mas, na verdade, “os saltos estão começando a ser maiores do que a gente imaginava”, Paulo relata, surpreso. “É gratificante saber que a gente aqui do interior tem trabalhos tão bons que conseguem ter uma valorização expandida”, o saxofonista conta.
A vocalista Débora Matsuo considera o primeiro show em São Paulo um marco na história do Black Piano. “Eu me sinto muito honrada e muito grata em fazer parte desse projeto que só tem a crescer e difundir cada vez mais. A gente destaca a importância do negro, das suas origens, da riqueza cultural e os reflexos da diáspora africana na sociedade e na música. O Black Piano é uma viagem musical, um show introspectivo, reflexivo e informativo”, revela a vocalista. O repertório de releituras conta com artistas como Pixinguinha, Cartola, Nina Simone, Ella Fitzgerald, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elza Soares, entre outros.
O objetivo do programa Sesi Música é proporcionar oportunidades para grupos preferencialmente com vocal, formados por até três integrantes. Dentre os critérios para a seleção constados no edital, estão: relevância conceitual e temática, relevância cultural e qualificação dos artistas e técnicos envolvidos. (Com Assessoria de Imprensa)
Serviço
A apresentação será no Centro Cultural Fiesp. No total, serão realizados três shows nos seguintes horários e datas:
12/03 (domingo):
13h às14h
16h às 17h
17h30 às18h30
15/07 (sábado):
13h às 14h
17h às 18h
18h30 às 19h30
06/08 (domingo):
13h às14h
16h às 17h
17h30 às18h30
