Com o objetivo de contribuir com a recuperação de áreas e a criação de corredores ecológicos para animais silvestres, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) realiza o plantio de cerca de 500 mil mudas nativas por ano na região de influência da UHE (Usina Hidrelétrica) Sérgio Motta, de Porto Primavera, em Rosana. O volume equivale a 1.369 árvores nativas plantadas a cada 24 horas ou 1,6 muda nativa por ano para cada morador dos 12 municípios da área de influência do reservatório da usina.
De acordo com André Rocha, gerente de Sustentabilidade e Operações da companhia, a iniciativa faz parte do Programa de Reflorestamento Ciliar e Recomposição de Matas Nativas na região, que visa atender à diretriz da empresa de contribuir para a conservação da fauna e da flora e ao compromisso assumido no licenciamento ambiental do empreendimento, que prevê o reflorestamento de cerca de 230 hectares ao ano.
“A proteção da biodiversidade e das nossas riquezas naturais faz parte do nosso negócio. Desde o início do programa, já promovemos o reflorestamento em cerca de 4,5 mil hectares de áreas na região. Estas áreas, que equivalem a 4,5 mil campos de futebol, são, em sua maioria, áreas de preservação e de matas ciliares”, ressalta André.
O gestor explica que o Programa de Reflorestamento Ciliar e Recomposição de Matas Nativas tem ligação direta com outro programa de preservação ambiental da companhia, o Programa de Monitoramento da Ictiofauna, desenvolvido no Rio Paraná e rios que desaguam no reservatório da UHE de Porto Primavera. “Quando falamos em conservação ambiental e promoção do equilíbrio ambiental, são necessárias várias ações e iniciativas conjuntas. Ao promovermos ações de recuperação de matas ciliares, estamos contribuindo diretamente para a proteção dos rios e dos peixes da região”, completa o gerente.
O Programa de Reflorestamento Ciliar e Recomposição de Matas Nativas foi iniciado há cerca de 20 anos, durante a implantação do reservatório da UHE de Porto Primavera. Para atender a iniciativa, a Cesp conta com a atuação do Horto Florestal em Porto Primavera, também conhecido como Viveiro de Mudas da Cesp, com capacidade para produzir mais de 1 milhão de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e do Cerrado por ano.
Essa produção de mudas, explica André, envolve uma ação minuciosa, que se inicia na coleta das sementes das árvores em campo. Atualmente, a companhia mantém dois BAGs (Bancos Ativos de Germoplasmas), que são bosques de árvores nativas – um no Estado de São Paulo e outro em Mato Grosso do Sul –, de onde são coletadas parte das sementes para a produção das mudas no viveiro.
Somente nos BAGs, são mantidas 63 espécies diferentes de árvores nativas, sem contar as espécies existentes em áreas de preservação ambiental da companhia na região utilizadas como matrizes para a produção das mudas. Desde que iniciado o programa, já foram catalogadas matrizes de aproximadamente 240 espécies de árvores nativas dos dois biomas na região.
“Este é um dos diferenciais do Horto Florestal: a grande variedade de espécies nativas reproduzidas e o cuidado com sua qualidade genética. Elas são coletadas diretamente da natureza, em um sistema preciso de georreferenciamento. É um trabalho contínuo de coleta e cuidados na produção e nos plantios. Com isso, conseguimos manter a diversidade genética, essencial para o sucesso das ações de reflorestamento”, completa André.
Para cada muda produzida no Horto Florestal, são cerca de 30 árvores que fornecem sementes com diferentes materiais genéticos mapeadas. Essas matrizes estão presentes em uma faixa média de 250 quilômetros de extensão.
Atualmente, a ação de reflorestamento está concentrada em uma área de preservação em Paulicéia com cerca de 230 hectares. São plantadas, em média, duas mil mudas nativas de diferentes espécies, seguindo as características da região, em cada hectare recuperado.
Toda a ação leva em torno de três anos de trabalho, sendo um ano dedicado ao plantio e outros dois anos de manutenção, que inclui a análise da evolução das mudas e, quando necessário, a substituição de mudas que morreram durante o processo.
Além das ações de reflorestamento, a empresa também mantém o Programa Fomento Florestal, que visa a doação de mudas para pessoas ou instituições que queiram promover o reflorestamento em áreas de conservação. Somente em 2022, foram mais de 46 mil mudas nativas doadas para parceiros por meio desta iniciativa o que equivale a 126 mudas doadas a cada 24 horas.
A doação de mudas nativas pode ser solicitada por meio canal Diálogo Aberto da Cesp, pelo número de WhatsApp 11 93032-6699.
