Professores se dedicam há quase cinco décadas à arte de ensinar

No mês em que curso de Odontologia da Unoeste completa jubileu de ouro, conheça histórias de três dos mais de 40 professores do curso: Adílson de Oliveira, Arlete Parizi e Zé Maria

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 27/10/2024
Horário 05:48
Foto: Emerson Sanchez/Unoeste
Adílson de Oliveira, Arlete Parizi e José Maria Bertão, professores do curso de Odontologia na Unoeste
Adílson de Oliveira, Arlete Parizi e José Maria Bertão, professores do curso de Odontologia na Unoeste

Na Odontologia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), que neste mês de outubro completa seus 50 anos de existência, o corpo docente é formado por mais de 40 professores, sendo três deles com mais tempo de casa ensinando e acreditando na educação como ferramenta de transformação: Adílson de Oliveira, de 73 anos, Arlete Gomes Santos Parizi, de 67 anos, e José Maria Bertão, de 78 anos.

Trabalho que reenergiza

O professor Adílson foi contratado pela Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), atualmente mantenedora da Unoeste, em 9 de julho de 1975, pelo então diretor da Faculdade de Odontologia, Mario Leite Braga. De lá para cá, são exatos 49 anos de dedicação na docência, formando profissionais dentistas, inclusive ex-alunos que hoje são referências na área odontológica.

“Sabe aquele dito popular que diz que ‘o aprendiz virou mestre’? Uma infinidade de ex-alunos meus estão se dando bem nos seus consultórios particulares e tenho gratidão por ter feito uma pequena parte na formação deles. O sentimento por ter contribuído com a formação de centenas e/ou milhares de egressos é muito significativo. Quando encontro ex-alunos que me reconhecem, o meu coração se enche de alegria renovada por me fazer lembrar que fui participante da sua história de formação acadêmica”, se orgulha ele.

Atualmente, o professor Adílson é responsável pelas disciplinas de Odontologia Pediátrica 1 e 2, Ergonomia e Odontologia Legal, Pacientes com Necessidades Especiais, Ética e Bioética Profissional Odontológica. Diz que, com o passar do tempo, as condições de trabalho foram melhoradas, sobretudo com o avanço da tecnologia.

“Naquela época, os recursos eram limitados, tanto os tecnológicos quanto os ambientais. Isso sem contar que as turmas A e B eram compostas de 100 alunos cada. As aulas eram ministradas sem recurso de um microfone, não disponibilizávamos de ar-condicionado, nossos projetores de slides eram do tipo carrossel, que nós mesmos resolvíamos quando enroscavam um ou mais dispositivos, e os diários de classe eram feitos em brochuras que preenchíamos na própria aula. Hoje, temos os programas e os recursos avançados que permitem maior criatividade no momento de montar uma aula sobre qualquer assunto”, compara.

Adílson ressalta a estrutura física atual e os recursos tecnológicos cada vez mais impressionantes. “Temos equipamento de ponta, consultórios ergonômicos, laboratórios sempre atualizados, principalmente nas disciplinas pré-clínicas o que favorece aos acadêmicos adentrar nas clínicas com mais segurança e mais cônscios de suas obrigações/atividades. Tenho dito que alunos de nossa faculdade nada têm a dever quando comparados com os oriundos de outras faculdades públicas ou particulares. Até porque a nossa carga horária clínica é intensiva, o que permite maior e melhor sedimentação de conhecimentos adquiridos”.

E quer saber por que o professor Adílson ainda faz questão de trabalhar no auge dos seus 73 anos? Ele mesmo responde: “O ambiente acadêmico gera em mim uma energia de recarga todos os dias. Nas férias, sinto-me perdido, inquieto, um pouco depressivo pela interrupção dos meus afazeres na escola. Ando devagar e não tenho pressa! Estou em paz por ter me proposto a ser professor há quase cinquenta anos e a chegar até aqui sem intercorrências graves de saúde e de técnica. O Criador tem sido muito, como sempre foi, condescendente comigo, abençoando-me o tempo todo”.

Foto: Emerson Sanchez/Unoeste - Há 49 anos, Adílson de Oliveira se dedica à docência

Quatro décadas de amor em ensinar

Aos 67 anos, a professora Arlete Gomes Santos Parizi também tem dedicado a maior parte de sua vida à arte de ensinar. Já são 46 anos trabalhando na Unoeste e compartilhando o que sabe com os alunos. Atualmente, ela é a professora responsável pelas disciplinas de Semiologia e Diagnóstico Estomatológico, Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e Terapêutica Medicamentosa.

Para a docente, o oficio de ensinar, compartilhar conhecimento e ter contribuído com a formação de milhares de alunos se resume a uma única palavra: “Amor”. “Esse é o sentimento expresso por alegria, gratidão e orgulho de ter participado da formação de inúmeros alunos. Muitos deles, hoje expoentes no Brasil e no exterior”. Ao revisitar todo esse tempo de trabalho na Unoeste, a professora Arlete enumera muitos momentos marcantes que já viveu nesse tempo todo. “Os mais gratificantes foram as muitas homenagens, nome de turma, patronesse, paraninfa. São momentos inesquecíveis”.

A professora Arlete também se orgulha muito quando vê seus alunos fazendo uma carreira bem solidificada no mercado de trabalho. “É um sentimento de missão cumprida quando vejo muitos ex-alunos e cirurgiões-dentistas sendo referências em sua profissão. Não existe satisfação maior ao ver que um ex-aluno superou o professor”, garante ela.

E o que essa profissional tem a dizer nesse momento comemorativo do jubileu de ouro do curso? “Primeiramente, gostaria de agradecer e manifestar toda a minha gratidão por fazer parte da Unoeste. Uma empresa que me acolheu desde que me formei, isso em 1978, onde fiz muitos colegas e grandes amigos. Empresa que confere a seus colaboradores oportunidades de crescimento profissional, respeito e reconhecimento”.

A professora Arlete continua, agora se dirigindo aos estudantes da Odontologia: “Aos alunos, que aproveitem muito bem todas as oportunidades oferecidas durante o curso para que possam sair com uma formação profissional acima da média, pois isso fará muita diferença no mercado de trabalho. Sejam dedicados, estudem, adquiram muitas habilidades, esse é o melhor momento. Sejam amigos, éticos e entendam que podem fazer a diferença também na sociedade, contribuindo para o crescimento social, econômico e cultural humanístico. Sejam felizes”, deseja ela, que nesses 46 anos lecionando, sempre procurou estabelecer e criar a melhor forma de ensino-aprendizagem.

Foto: Emerson Sanchez/Unoeste - Arlete resume o ofício de ensinar à palavra amor

Paixão pelo que faz

Zé Maria, assim como é carinhosamente chamado pelos colegas de profissão e por alunos o professor José Maria Bertão está prestes a completar 80 anos. Mais da metade desse seu tempo de vida ele dedica à Faculdade de Odontologia de Presidente Prudente. Aliás, trabalha nela desde que foi inaugurada, em 1974, quando entrou na condição de técnico de laboratório para ajudar os professores à época na preparação das aulas do curso.

“Eu sou da terceira turma de Odontologia. Quando entrei na faculdade, o Dr. Cesar [de Oliveira Lima Filho, diretor da Apec/Unoeste] já estava no terceiro ano porque ele se formou na primeira turma. Depois de formado, em 1980, fui convidado pela Dona Ana [Cardoso Maia de Oliveira Lima] a participar do corpo docente porque eu já tinha formação em Biologia e Ciências e dava aulas na rede estadual. Desde então, leciono há 45 anos aqui”, recorda ele, em tom de gratidão aos fundadores da Unoeste.

Zé Maria, ao longo dessas décadas, lecionou muitas disciplinas, sendo hoje o responsável pelas de Semiologia e Diagnóstico Estomatológico I e II, e de Patologia Geral na Famepp (Faculdade de Medicina). Por seis anos, o professor também chegou a coordenar o curso a pedido da então reitora, Dona Ana.

Em tempos atuais, de muitos recursos tecnológicos, Zé Maria diz que ficou mais fácil lecionar, citando o Projeto Betha, que possibilita aulas por meio metodologias ativas, como grande exemplo dessa facilidade. “O docente age hoje como um tutor e orientador dos alunos. O meu sentimento em já ter colaborado na formação milhares de alunos e de estar ajudando futuros profissionais é de repleta satisfação. Muitos dos que foram meus alunos são hoje meus colegas de trabalho”.

E completou: “Lecionar na Unoeste para mim sempre foi um prazer. Tenho enorme gratidão por tudo que vivi e passei em todos esses anos que aqui trabalhei como colaborador e docente. E nesse jubileu de ouro da Faculdade de Odontologia, tenho a dizer aos nossos alunos que eles estão cursando uma das melhores faculdades de Odontologia do Brasil. E que aqui todos professores e colaboradores fazem o melhor para proporcionar uma formação de qualidade aos nossos alunos”.

Foto: Emerson Sanchez/Unoeste - Zé Maria entrou na universidade como técnico de laboratório

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