A manhã de ontem – data em que, inclusive, a nova gestão celebrou seus 100 primeiros dias - foi marcada pela maior manifestação organizada por servidores públicos de Presidente Prudente até o momento. Cerca de 500 professores, que integraram uma paralisação das atividades nas salas de aula de creches e escolas municipais, se reuniram na frente do Paço Municipal Florivaldo Leal, enlutados.
E se o objetivo era fazer barulho, eles conseguiram. Sob gritos de "Fora Mello", em alusão ao atual secretário municipal de Educação, Antonio Luiz Mello, e muitas buzinas, as "mulheres de preto" se apropriaram daquele espaço público e ocuparam toda a rampa que dá acesso ao prédio público, praticamente impedindo o tráfego de pessoas ali.

"Pauta" da paralisação começou com protesto de docentes na sede da Secretaria de Educação
O dia foi cheio: começou com manifestação às 8h na Seduc (Secretaria Municipal de Educação), seguida por carreata até a Prefeitura, "buzinaço" no paço às 11h, assembleia na sede do Sintrapp (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e região) às 17h, e manifestação na Câmara, durante a sessão das 20h.
Os principais pontos abordados pelos profissionais da Educação são atos administrativos da pasta, como a diminuição da carga suplementar, jornada de trabalho e progressão funcional. A categoria diz que perderá quatro meses de carga suplementar de seus vencimentos, além do fato do município "não cumprir a jornada de trabalho prevista em lei".
De acordo com a presidente da entidade sindical, Ana Lúcia de Mattos Flores, os funcionários tiveram um desconto "indevido" na folha de pagamento deste mês. A Prefeitura definiu o ocorrido como "um equívoco" que estava sendo regularizado ainda ontem. Expôs em nota que está aberta a receber e discutir as reivindicações, reiterou que nenhum direito foi retirado, lembrando-se de um aumento de 7% no salário a todos os servidores municipais e do acréscimo no abono mensal de R$ 50 para R$ 200, concedido para repor perdas salariais dos aposentados e pensionistas que perderam o auxílio-alimentação por determinação judicial.
Sônia Auxiliadora de Vasconcelos Silva, diretora do Sintrapp, informa que a classe vê como essencial que direitos dados não sejam retirados pelo Executivo, "como tem ocorrido por meio das portarias internas da Seduc". Já a professora Mariuza Fernandes afirma que, em sua opinião, os professores da rede municipal estão sendo tratados com "falta de respeito" pela gestão.
No fim da tarde de ontem, a reportagem tentou contatar o Sintrapp para verificar o resultado da assembleia, e se a greve seria mantida. No entanto, não foi possível obter a informação até o fechamento desta matéria.