Em assembleia realizada na capital, na tarde de ontem, professores da rede pública do Estado de São Paulo definiram que a categoria está em estado de greve, pelo menos até o dia 29 de abril, quando uma nova reunião está marcada para avaliar a possibilidade de que uma greve seja deflagrada em todo o Estado.
"Iremos realizar panfletagens em todas as escolas com o objetivo de orientar os professores e, principalmente os pais dos estudantes, sobre a possibilidade de ocorrer a greve e o que levou até esse ponto", explica Ana Kuhn, coordenadora da subsede de Prudente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), logo depois da reunião no centro da capital paulista.
"Nosso principal objetivo é agendar uma reunião com a Secretaria de Educação para iniciar as negociações", detalha a representante do sindicato. "Nós queremos que a Meta 17 do Plano Nacional de Educação, que é uma Lei Federal, seja cumprida e ela prevê um reajuste de 75%, mas que deve ser concedido até 2020", detalha Ana. O governo do Estado chegou a anunciar um reajuste de 2,5%, com recursos que seriam destinados ao pagamento do bônus para os profissionais do magistério, que foi rejeitado pela categoria.
Paralisações
O dia de ontem foi marcado por uma série de paralisações realizadas por professores em todo o Estado e, na região de Prudente, escolas de pelo menos sete cidades tiveram as atividades afetadas. Os estudantes ficaram sem aulas na Escola Estadual Coronel Francisco Whitacker, em Anhumas; na Escola Estadual Anna de Mello Castriani, em Regente Feijó; na Escola Estadual Líria Yurico Sumida, em Sandovalina; na Escola Estadual Moacyr Teixeira, em Estrela do Norte; e na Escola Estadual Francisco Piergentile, em Rosana.
Houve também paralisação em unidades de Narandiba e, em Presidente Prudente, a Escola Estadual Dr. José Foz teve adesão parcial dos professores ao protesto. A reportagem apurou que muitos alunos entraram em contato com a unidade por telefone e não chegaram a ir até o local.
Direito à manifestação
Questionada, a Secretaria da Educação do Estado informou, por meio de nota, que "reconhece o direito à livre manifestação dos professores". "A pasta confia no compromisso do professor com seu alunado e se mantém aberta ao diálogo. São Paulo manterá a política de bônus por mérito por opção dos próprios servidores, que votaram entre receber bônus ou reajuste, com o pagamento de R$ 450 milhões". O órgão ressalta ainda que, quanto às aulas, qualquer conteúdo perdido será reposto.