Fruta de aparência exótica tanto por fora quanto por dentro, a pitaia, também conhecida como fruta-do-dragão, está em período de florada. O produtor agrícola Frederico Haruki Suzuki, 48 anos, o Fred, de Narandiba, explica que quando ela começa a produzir tem várias etapas de colheita. A primeira, em sua propriedade de 25 alqueires, foi em dezembro; a segunda safra teve início há duas semanas; e agora ela segue com a florada, permitindo a próxima em maio, quando ele deve totalizar, ao final de sua produção/colheita, 7 mil caixas de 3 quilos cada. Ou seja, 21 mil kg de pitaia.
Toda sua produção é destinada a três comerciantes/boxistas da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns gerais de São Paulo). “Trabalhamos com estas firmas desde o tempo em que meu avô e meu tio eram quem cultivavam as frutas aqui”, menciona Fred.
Embora não seja uma fruta tão comum de se ver nas bancas dos mercados, Fred expõe que hoje em dia, em relação a lucro, a cultura da pitaia já não é tão boa quanto há 15, 20 anos, pois já existem muitas plantações no país. “Por isso, o ano não começou bem, porque a demanda, a produção está grande. Tem muita pitaia no mercado. Mas a cultura é propícia para a nossa região. Não dá para ficar rico, mas dá para se manter, porque o custo de produção dela é baixo. Então, ainda vale a pena investir no cultivo”, salienta o produtor.
Segundo Fred, o processo de colheita e embalagem é todo manual. Para colher os frutos, ele conta que tem dois funcionários fixos e o restante, totalizando 12 pessoas, são familiares. Todos vão para o pomar pela manhã. A fruta é retirada normalmente com o auxílio de uma tesoura própria, que separa seu caule da planta. Ela é colocada numa caixa, depois na carreta e então é levada para o barracão onde será feita a seleção e, por fim, o embalamento.
Fred cita que a pitaia é uma planta frutífera que não necessita de tantos cuidados. Basta manter limpo debaixo do pé dela, fazer adubação quando necessário e algum defensivo, se preciso. “Mas só se não tiver como solucionar naturalmente mesmo. Não tem problema com pragas. O único contratempo são uns besourinhos, que aparecem geralmente à noite, na época da florada, para comer o interior das flores”, comenta o produtor.
Ele explica que como é uma cultura perene, o custo de produção é somente na implantação onde vai precisar de palanques de eucalipto, arame e depois é só manutenção, como passar uma roçadeira com o trator de vez em quando e adubação se necessário.
Além da pitaia, a família de Fred investe na produção de outras frutas exóticas, como a lichia e a amora preta, além de uva, jabuticaba e abacate. “Hoje em dia tem que trabalhar com produtos diferentes, porque se a gente manda algo pra Ceagesp que todo mundo produz, o preço já não ajuda. E hoje em dia o frete, a embalagem, os insumos estão muito caros”, explana o produtor.
SAIBA MAIS
A pitaia, também conhecida como fruta-do-dragão, é uma fruta de várias espécies de cactos epífitos dos gêneros Hylocereus e Selenicereus, nativas de regiões da América Central e México, também cultivadas em Israel, aqui no Brasil e na China. A fruta apresenta um sabor doce e suave, e seus benefícios nutricionais estão relacionados com o seu alto poder antioxidante, já que é rica em polifenois, vitaminas e minerais, que são importantes para proteger o organismo.
Fotos: Sinomar Calmona
Pomar de pitaia na propriedade de Fred, que tem extensão de 25 alqueires
Planta está agora no período de mais uma florada até a próxima colheita em maio
Considerada uma fruta exótica, pitaia tem sabor doce e inúmeros benefecíos nutricionais