O cálculo do VAP (Valor da Produção Agropecuária) paulista é feito anualmente pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola) e resulta em um indicador que permite visualizar o desempenho da atividade agropecuária em cada EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural), mostrando a posição relativa dos diversos produtos e como estão evoluindo. Na região de Presidente Prudente, esse índice terminou o ano de 2019 em alta, sinalizando que foi produzido R$ 575.734.443,11 a mais que o ano anterior, o que significa um aumento de 10,44%. No total, o valor chegou a R$ 6.085.322.060,21.
Essa foi a soma do desempenho dos três EDRs que compõem a região: Dracena, Presidente Prudente e Presidente Venceslau. E cada um deles teve uma performance diferente. Em Prudente, por exemplo, o valor final do VPA foi de R$ 2.979.672.697,34, com uma variação de 1,5% em relação a 2018. A cifra é a sexta maior do território paulista. Por sua vez, Dracena teve superávit de 6,3%, fechando o ano com R$ 1.233.770.402,40. E Venceslau, com o maior aumento na região (32,4%), terminou 2019 com produção de R$ 1.871.878.960,47. Juntos, os três escritórios representam 7,4% do que foi produzindo no estado.
E no carro-chefe das produções, novamente estão a cana-de-açúcar e a carne bovina. Para o presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Carlos Alberto Biancardi, que analisa a região toda, o que explica o cenário é o fato dos dois produtos, diferente de outros, não serem sazonais. “A cana e a pecuária de corte são confeccionadas ao longo do ano todo e comercializada numa proporção maior”, completa. Ele destaca ainda a carne bovina, no ano passado, sobretudo no último trimestre, com o aumento no valor da arroba do boi, que refletiu no valor total de produção.
Isso explicaria também, conforme Biancardi, o aumento maior no VPA de Venceslau. É que o EDR local teve um desempenho diferente nos principais produtos. Os três tiveram como principal produto a cana-de-açúcar e a carne bovina. Contudo, ao contrário de Dracena e Prudente, no escritório venceslauense a pecuária de corte sobressaiu a cana.
“Tivemos problemas com seca, como todo ano, e outras pontualidades comuns, mas podemos, sim, dizer que 2019 foi um ano muito bom para o agronegócio regional, principalmente no final dele”, analisa Biancardi.
PROGNÓSTICO
PARA 2020
Em 2020, as coisas tendem a ser diferentes. A cana e o boi ainda estarão à frente de tudo, mas o presidente do sindicato aponta a soja e o milho como uma dupla “que está vivendo um momento excelente”, com as cotações lá em cima. “O ano começou bem. São produções que estão com níveis bem melhores do que antes”, analisa.
E ao ser questionado sobre o impacto que a pandemia da Covid-19 pode causar, ele configura que ainda não é alarmante. O que mais preocupa, segundo ele, é que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, ainda mais na compra de carne, sendo assim, seria a produção que mais poderia ser afetada. “Não consigo enxergar outro país que seja equivalente à China, no sentido de ter transações comerciais com o Brasil”, finaliza.
Principais produções de cada EDR, em 2019:
DRACENA
- Cana-de-açúcar
- Carne bovina
- Leite
- Amendoim com casca
- Café beneficiado
PRESIDENTE PRUDENTE
- Cana-de-açúcar
- Carne bovina
- Ovo de galinha
- Soja
- Milho
PRESIDENTE VENCESLAU
- Carne bovina
- Cana-de-açúcar
- Leite
- Mandioca para indústria
- Soja
DESEMPENHO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
EDR |
2018 |
Part. |
2019 |
Part. |
Variação |
Dracena |
R$ 1.161.167.930,17 |
1,5% |
R$ 1.233.770.402,40 |
1,5% |
6,3% |
Presidente Prudente |
R$ 2.934.996.286,25 |
3,9% |
R$ 2.979.672.697,34 |
3,6% |
1,5% |
Presidente Venceslau |
R$ 1.413.423.400,68 |
1,9% |
R$ 1.871.878.960,47 |
2,3% |
32,4% |
TOTAL |
R$ 5.509.587.617,10 |
7,3% |
R$ 6.085.322.060,21 |
7,4% |
10,44% |
Fonte: IEA