Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu lesado, de alguma forma, por estar descontente com a contração de um serviço ou compra de um determinado produto. Somente neste ano, o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) Municipal de Presidente Prudente realizou 8.156 atendimentos de reclamações, o que dá uma média de 40,7 por dia, pensando que esse dado foi contabilizado até o dia 19 de julho. Tal número representa um aumento de 24,31%, se comparado com o mesmo período do ano passando, quando foram registrados 6.173 casos. O órgão é procurado, muitas vezes, quando a dor de cabeça não é resolvida diretamente com o contratante.
E assim como apurado pela reportagem e propriamente dito pelo órgão, os principais problemas estão relacionados aos serviços de telefonia móvel, bancos, planos de saúde e cartões de crédito. Além disso, de longe, as reclamações de cobranças indevidas e abusivas, assim como dificuldades para realizar cancelamentos ou rescisão de contratos estão, de longe, em disparada em relação aos demais casos.
Em visita à sede do Procon, não foi difícil encontrar pessoas com tais problemas. Marilce Cândida Gonçalves da Silva, 49 anos, já teve que procurar o órgão duas vezes por problemas com telefonia móvel. Mas dessa vez, o caso foi o atraso - em sete meses - no recebimento de um móvel. “Eu tentei negociar diretamente com a loja e não tive sucesso”, pontua. Ainda na percepção dela, de uma maneira geral, os problemas aumentaram hoje, já que cada vez mais existem “golpistas” em sites falsos.
Golpes que são mais fáceis de serem aplicados quando se tratam de idosos. Quem diz isso é o aposentado Mauro Ferrari Martins, 70 anos. Para ele, com o avançar da tecnologia, quem menos entende “dessas coisas” acaba sendo um “alvo maior”. “É complicado acompanhar os avanços e se adequar. Daí tem gente que se aproveita dessa situação”, pontua. Esperando seu lugar para ser atendido no Procon, Mauro não consegue lembrar se já passou por um golpe, mas estava lá para reclamar de problemas enfrentados para cancelar um serviço telefônico.
Orientação
A coordenadora regional da Fundação Procon Estadual, Priscila Nishimoto Landin, alerta ao consumidor que enfrentar uma situação como essa que o primeiro passo é tentar resolver diretamente com a empresa competente. “Caso não haja uma conciliação, é preciso anotar o número do protocolo, pois esse é um dos documentos que deverão ser apresentados na primeira ida até o Procon”, orienta.
No caso de uma cobrança indevida, o caso mais problemático, não é necessário que a própria pessoa realize a visita até o órgão. “Basta fazer uma procuração simples para a pessoa que buscará o Procon. Lá, ela deverá apresentar um documento com foto, além das três última faturas pagas, contestando a cobrança indevida”, lembra. Priscila ainda ressalta que toda e qualquer situação no qual o consumidor se sentir lesado o Procon sempre deve ser procurado.
SERVIÇO
O Procon Municipal de Presidente Prudente realiza atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. O prédio está localizado na Rua Júlio Tiezzi, 220, Bairro do Bosque.