Durante minha jornada profissional, tenho observado erros clássicos cometidos pelos RHs das empresas nos processos de recrutamento e seleção. Esses erros acabam custando caro para o caixa das empresas e prejudicam sua imagem perante o mercado.
Contratar não é um processo difícil, mas encontrar as pessoas certas para os cargos disponíveis é um desafio que requer profissionais bem preparados. Na minha visão, a principal característica para atuar nessa área é gostar de pessoas. Se não gostar de gente, é melhor procurar outra área para trabalhar.
Muitos RHs exigem experiências e formações que mais parecem roteiros de um filme de terror. Pedem requisitos que não têm absolutamente nada a ver com o cargo para o qual estão contratando. Em contrapartida, quando aparecem candidatos com vasta experiência, os recrutadores simplesmente os descartam, alegando que têm "muita experiência" para o cargo. Além disso, há a dificuldade enfrentada pelos jovens para conseguir o tão sonhado primeiro emprego. Como adquirir experiência, se não for dada uma oportunidade?
O problema geralmente começa quando a empresa não sabe definir claramente o perfil dos cargos, com suas características e especificidades. A falta de clareza e a ausência de um bom planejamento de cargos e salários podem levar a uma má seleção de candidatos.
Lembro-me de uma vaga postada nas redes sociais há algum tempo. O RH da empresa divulgou uma lista de requisitos para o cargo que mais parecia a convocação da seleção brasileira de futebol, de tão extensa. Quando você olha o cargo e descobre o salário, a única reação possível é perceber que aquilo não faz o menor sentido, tamanha a falta de consideração para com a pessoa que está procurando emprego. Parece mais uma piada de mau gosto.
Falta uma boa dose de bom senso em alguns dos RHs das nossas empresas. Há uma dificuldade inexplicável em elaborar um perfil de candidato baseado nas habilidades e competências realmente necessárias para o cargo. As empresas precisam entender que fazer o básico bem feito já é suficiente para resolver a maioria dos problemas. Deixe o extraordinário para situações que realmente o exigem. Afinal de contas, o que interessa é a solução, não a burocracia. Como diz um amigo meu: “Vamos parar de colocar pelo em ovo”.
Ações como definir claramente o perfil do cargo, utilizar ferramentas de seleção adequadas, dar feedback aos candidatos sobre o processo e investir em capacitação dos profissionais de RH são práticas que irão melhorar muito o processo de contratação.
E na sua empresa, como é realizado o processo de contratação? Há alguma semelhança com o descrito acima?
