Sempre ouvi de minhas avós que era melhor prevenir do que remediar. A vida passou, me formei veterinária, fiz estágio, residência e pós-graduação na área de doenças infecciosas onde a base de todo o processo é a prevenção. Vi doenças infecciosas serem controladas com vacinação e restrição de trânsito de animais. Outras, infelizmente, continuo vendo acontecer, mesmo podendo ser evitadas com vacinas ou outras medidas simples de prevenção.
Medidas preventivas contra agentes de doenças foram um avanço científico enorme que nos permitiu aumentar a expectativa de vida de nossos animais, reduzir sofrimento e morte, aumentar a oferta e segurança de produtos de origem alimentar, garantir mercado ao agronegócio que gera emprego e renda, entre outras coisas.
Dois exemplos: estamos assistindo o país evoluir para livre sem vacinação de febre aftosa e vimos a raiva causada pela variante canina ser controlada, mas não podemos baixar a guarda! A vigilância e diagnóstico rápido e preciso são imprescindíveis para garantir esses avanços. Assim como a vacinação contra raiva continua sedo necessária para controlar a circulação de outras variantes.
Promover saúde é ensinar a proteger animais contra vetores de doenças, vacinar, divulgar e seguir conhecimento científico
Conhecer a biologia e a ecologia das doenças, entender o processo ambiental e social em que as doenças acontecem e quais os riscos à saúde pública são parte do processo de nossa formação, mas a comunicação e educação da população e tutores em atendimento são partes tão importantes quanto. Promover saúde é ensinar a proteger animais contra vetores de doenças, vacinar, divulgar e seguir conhecimento científico e normas sanitárias.
Apostar todas as fichas em um possível tratamento, que nem sempre é eficaz ou suficiente para evitar sequelas ou morte, nunca foi a melhor opção e, quanto mais a ciência avança, mais entendemos que não é o melhor caminho.
E voltando a citar minhas avós: a emenda pode ser mais cara que o soneto!
