O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Prudente fechou na sexta-feira passada o balanço de 2019 com o total de 337 casos positivos de LVC (Leishmaniose Visceral Canina), um aumento de 28,13% em comparação com 2018, quando houve 263 registros da doença no município. Pouco conhecida nos grandes centros urbanos, ela também acomete humanos e é uma das que mais afetam os cães no Brasil, principalmente na primavera e verão.
A transmissão da leishmaniose visceral se dá a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis, principal vetor), infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. Nas regiões urbanas, o cachorro é o principal hospedeiro da doença, já que também pode ser picado pelo inseto.
Apesar disso, o cão não transmite a doença diretamente para os humanos, mas serve de reservatório da doença. Segundo Márcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico pet da MSD Saúde Animal, um mosquito pode picar o animal infectado e em seguida as pessoas com quem ele convive, completando assim o ciclo de transmissão e infecção para os humanos. Por esse motivo, proteger o animal é proteger toda a família.
Como prevenir
Segundo o especialista, medidas preventivas são essenciais para o controle da leishmaniose. “O ideal é que, estando ou não em uma área endêmica, o cão seja protegido com a coleira antiparasitária e esteja com a vacinação em dia. Além disso, é importante manter a limpeza do ambiente e do abrigo do animal para afastar o mosquito”, afirma Marcio Barboza.
O mosquito transmissor da doença tem preferência por locais ricos em matéria orgânica, plantas e árvores. Para aqueles que moram em ambientes mais arborizados, recomenda-se também o uso de telas finas ao redor do abrigo do cão, mantendo-o nesse local durante o entardecer e à noite, período em que os mosquitos costumam atacar mais.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
A enfermidade pode causar problemas dermatológicos no cachorro, como pelagem falha e opaca e perda de pelos em focinhos, orelhas e região dos olhos; diminuição de peso repentina - mesmo sem a alteração de apetite -; anemia; apatia; vômitos e diarreia.
Marcio Barboza ressalta que o diagnóstico, muitas vezes, não deve ser baseado em um único exame e o médico-veterinário é o único profissional habilitado a fazê-lo, bem como indicar terapia e cuidados preventivos adequados. A visita periódica à clínica veterinária é essencial, já que muitos cães podem estar doentes e o tutor não perceber.
Após o diagnóstico, a doença pode ser tratada com a administração de medicações que reduzem as chances de transmissão do parasita a outros animais e humanos. “Apesar de haver tratamento, é muito melhor prevenir do que remediar. Após a infecção, o tratamento da doença exige um alto investimento financeiro e não traz a cura - apenas melhora os sintomas e diminui a carga parasitária”, alerta o médico veterinário.