Os casos de atropelamento de animais silvestres em estradas são cada vez mais corriqueiros. Já há muito tempo os órgãos em defesa da fauna vêm alertando sobre essa triste realidade, que coloca em xeque a própria existência de diversas espécies. Recentemente, O Imparcial trouxe um material especial sobre a anta brasileira, que está presente no Pontal do Paranapanema.
Conforme estudos, os atropelamentos estão entre as principais causas de mortalidade do animal no Parque Estadual Morro do Diabo, o que demanda soluções para evitar o desaparecimento da espécie. Entre as peculiaridades da anta, que é o maior mamífero terrestre da América do Sul, está o seu baixo potencial reprodutivo, o que agrava ainda mais a sobrevivência da espécie.
Mas não é somente a anta que sofre com o avanço da urbanização. Muitos outros animais silvestres perdem a vida ao tentar atravessar as vias. Como noticiado na edição de ontem, por exemplo, uma onça parda fêmea morreu atropelada em uma estrada vicinal em Álvares Machado. Pode ser que ela tenha deixado filhotes, que, sozinhos, dificilmente chegarão à vida adulta. Ou seja, os reflexos do atropelamento de um animal pode se estender a vários outros.
O avanço da urbanização sobre o hábitat de diversas espécies precisa ser feito se respeitando todos os seus habitantes. É nossa obrigação, como “seres racionais”, mensurarmos todos os impactos que nosso processo evolutivo em termos de territorialidade pode causar a todos os seres. É nossa obrigação cuidarmos dos animais, de forma a garantir sua existência com bem-estar e dignidade.