Recentemente fiz uma palestra sobre planejamento para 2024. Algumas preocupações com o futuro próximo se faziam sentir a necessidade de se precaver. Agora no começo do ano, as agências de projeção econômica acabaram mirando num crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 1,5%.
Muito bem. E o que podemos fazer? Como enfrentar 2024 e terminar o ano igual ou melhor que começamos? Afinal, todos trabalhamos para melhorar a vida, nossa e de nossos filhos.
Antes de mais nada, vale a pena lembrar do finado comentarista econômico, Joelmir Beting. Há 40 anos, ele já dizia que o Brasil não era um país capitalista, e sim um país capinanceiro. Isto porque vivia ancorado no crédito e não no investimento e poupança. De lá para cá, não mudou muito. A população vive endividada e a inadimplência acaba fazendo suas vítimas econômicas.
Mas o que posso fazer então? Bem, a primeira questão básica é de atitude. É preciso ter educação financeira e disciplina. Não é o quanto você ganha que é importante, mas o como você gasta. Eu tenho de me adaptar ao meu ganho e tirar dele meu conforto. O meu ganho pode variar, então eu preciso me adaptar. Assim, posso fazer escolhas melhores.
Em relação às escolhas, é óbvio que temos mais a escolher do que podemos comprar. A super oferta de produtos e serviços obriga uma disputa acirrada de meus parcos reais. E é aqui que começa a fazer a diferença. Se os vendedores estão alvoroçados correndo atrás de meus reais, eu tenho maior poder de barganha. Mas se eu for negligente, acabo perdendo a oportunidade.
Num momento econômico como o atual, a melhor estratégia para todos é fazer caixa, independente do quanto, para aproveitar as possíveis oportunidades. Economizar hoje pode ajudar a explorar uma ótima oportunidade amanhã. E quando eu economizo e adio o consumo, eu ainda ganho a oportunidade de avaliar se era necessário mesmo aquele consumo.
Outra coisa importante a fazer é disciplinar a si e aos que vivem com você a eliminar ou controlar duas frases mágicas: “tem que...” e “precisa de...”. Sabemos que todos temos necessidades e elas são em maior número do que as possibilidades de atender. Então é preciso controlar bem, para não sucumbir e entrar na espiral do crédito fácil.
Fazer compras conscientes nos ajuda a satisfazer aquilo que é prioritário, bem como nos prepara para investir em outras coisas que ficariam no sonho, pela simples falta de ter um dinheirinho extra para realizar ele.
Controlando-se financeiramente, atravessaremos este ano de limitações, seja lá quanto for que ganhamos. O importante é fazer uma pequena poupança, comprar aquilo que é essencial e estar alerta às oportunidades. O resto, deixa os vendedores correrem atrás da gente.