Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira no Paço Municipal, a Prefeitura de Presidente Prudente se posicionou sobre a nova fase do transporte público no município diante do rompimento do contrato com a Company Tur Transporte e Turismo Ltda. – a Prudente Urbano. Segundo o prefeito Ed Thomas (PSB), a empresa encerra as atividades de operação do transporte público coletivo neste final de semana e “pode acontecer que a população fique sem transporte” durante o trâmite jurídico para contratação emergencial de uma nova empresa. Diante desta situação, o chefe do Executivo pontuou que a administração pública irá “buscar alternativas dentro da Semob” para atenuar este cenário, caso aconteça.
O secretário de Assuntos Jurídicos, Jorge Duran, complementou que a rescisão contratual com a Prudente Urbano já estava em curso e que a contratação de emergencial - entre a abertura de propostas nesta segunda-feira, assinatura do contrato e mobilização de uma nova frota – “não deverá ser feita da noite para o dia”. “Por conta deste período de tempo, a Semob está trabalhando para viabilizar uma situação intermediária para atender a população talvez minimamente”.
Segundo Duran, nesta sexta-feira será publicado um decreto de emergência da situação do transporte público “para dar respaldo à administração municipal para contratações emergenciais, como aluguéis de veículos” em um processo que pode se estender por “alguns meses”.
De acordo com o secretário da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana), Luiz Edson da Silva, a contratação emergencial de uma nova empresa para operar o transporte coletivo na cidade já está em curso e, a partir de segunda-feira, as concorrentes podem “apresentar os valores conforme o que foi estabelecido em critérios técnicos e legais” pelo poder público.
Entre os benefícios à população com a contratação emergencial, Luiz Edson indicou que o critério da administração pública para a escolha de uma nova empresa dará preferência àquelas que disponibilizem ao transporte coletivo municipal uma frota de veículos com ar-condicionado. “Pode acontecer de as empresas não apresentarem [este critério], então, nós partiremos para a segunda hipótese que é ônibus sem ar-condicionado”, ponderou o titular da pasta de Mobilidade Urbana.
“O prazo de contratação emergencial é para que se exerça o processo licitatório para uma contratação definitiva. São seis meses mais seis meses [um ano] para uma possível contratação definitiva”, declarou Luiz Edson.
Sobre o preço da tarifa, Ed Thomas relatou que, neste primeiro momento, a intenção do poder público é manter o preço atual, que é de R$ 4,25.
Conforme o prefeito, as dívidas da Prudente Urbano com credores, trabalhadores da empresa e administração municipal chega a R$ 30 milhões. O secretário de Assuntos Jurídicos, Jorge Duran, tomou a palavra e relatou que o poder público irá tomar as medidas cabíveis para que os débitos da empresa não afetem o erário municipal e “não haja prejuízo” em relação a esta questão.
O chefe do Executivo prudentino argumentou que o novo modelo de transporte público no município deverá “corrigir os erros” da crise que se estende até aqui. “A população está aí e sabe que, infelizmente, o transporte público não teve a qualidade que ‘nossa gente’ realmente merecia. Nesse novo modelo, queremos ouvir as pessoas e corrigir os erros. Principalmente nos horários de picos, nos locais mais distantes”, relatou Ed Thomas.
Para o prefeito, o principal aprendizado com a crise do transporte público é o “enfrentamento da situação” dentro da legalidade jurídica. “Nós iremos entregar para a população um transporte digno. Poderia ser feito antes? Sim! Mas tem que ter coragem, humildade e, acima de tudo, sabedoria para enfrentar, assim como enfrentamos a questão do lixo e do aterro sanitário”, completou Ed Thomas, abordando outras questões de ordem pública que requerem melhora, no ponto de vista dele, quanto ao que é fornecido à população, como a iluminação pública e reformas de bens municipais, a exemplo de escolas e creches.
Ao final da coletiva, Ed Thomas desabafou: “Não sabem o quanto eu queria falar. Pelo amor de Deus! Jamais quis misturar política com questões jurídicas”.
Procurada pela reportagem, a Prudente Urbano indicou que a empresa aguardará o trâmite jurídico do processo e, se tiver algum posicionamento futuro, este será encaminhado para a imprensa.