A variação de preços dos medicamentos nas farmácias de Presidente Prudente é grande. O mesmo remédio pode ser encontrado quase quatro vezes mais caro entre estabelecimentos. Os dados foram divulgados pela Fundação Procon-SP, baseada em uma pesquisa realizada em dez drogarias da cidade entre os dias 5 e 7 deste mês. O estudo verificou 56 medicamentos, sendo 28 de referência e 28 genéricos. A diferença entre preços dos remédios de referência e genéricos são significativas. Foram encontrados remédios que chegam a quase o dobro de diferença, e genéricos que beiram o quádruplo do valor de outra farmácia.
Entre os medicamentos de referência, a maior diferença de preço foi no Amoxil (Amoxilina), de 500mg (miligramas), com 21 cápsulas. O menor preço foi de R$ 28,53 e o maior, R$ 61,32, uma variação de R$ 32, 79. O preço médio do produto é R$ 46.
Com relação aos genéricos, a maior diferença foi encontrada em uma pomada com o mesmo princípio ativo do Nebacetin, apresentada em uma bisnaga de 15 gramas. O mais barato custa R$ 1,94 e o mais caro R$ 9, uma diferença de R$ 7,06. O preço médio da pomada genérica é R$ 5,70. Com relação ao de referência, o valor médio do genérico é 50% mais barato.
Segundo Priscila Nishimoto Landin, coordenadora do Núcleo Regional da Fundação Procon-SP, em Prudente, a pesquisa foi realizada para mostrar para o consumidor as práticas de mercado. "Não foi um trabalho de fiscalização. Fizemos um trabalho informativo para orientar as pessoas e fazer com que se atentem aos preços", relata.
Mesmo com a grande variação, nenhum dos estabelecimentos consultados ultrapassou a tabela de valores estabelecidos pelo governo federal, através da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A pesquisa foi realizada também em outras cidades do Estado, como Caçapava, Campinas, Guarujá, Jundiaí, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Santos, São José dos Campos, São Vicente e Sorocaba.
ABCFarma
A ABCFarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico) afirma que esta variação é algo normal e a única exigência é que sejam respeitados os limites estabelecidos pela Anvisa. Renato Tamarozzi, diretor-executivo da ABCFarma, explica que os valores são controlados pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que estabelece um preço máximo ao consumidor a ser praticado pelas farmácias. As normas para a definição dos valores levam em conta os custos para produzir o produto, o chamado preço fábrica, e determina uma margem para que se estabeleça o preço máximo ao consumidor. Esses preços são definidos com o registro do produto e só podem sofrer reajustes uma vez por ano, em abril. "Todo ano a CMED determina qual o reajuste permitido, com base em critérios como, por exemplo, a variação do IPCA do período compreendido entre o último reajuste e do que é proposto", informa.
Ainda segundo Tamarozzi, os medicamentos genéricos são os que possuem uma amplitude maior de concorrência, devido ao grande número de indústrias que produzem o mesmo princípio ativo. "Dessa forma, as indústrias praticam descontos sobre o preço de fábrica, o que reflete em uma possibilidade da farmácia repassar esse desconto para o consumidor", esclarece.
A orientação é que o consumidor fique atento se a farmácia pratica o preço do medicamento dentro do limite, o chamado PMC (Preço Máximo ao Consumidor), verificando as listas de preços que são publicadas mensalmente para esta finalidade. Caso não esteja, a pessoa deve procurar o Procon. "Nossos associados recebem uma revista com o preço máximo ao consumidor de 17.852 apresentações, das quais 5.082 são de medicamentos genéricos. Mantemos um grupo de colaboradores qualificados para verificar se os preços apresentados estão dentro da normalidade", esclarece.
SERVIÇO
LISTA COM OS PREÇOS
A lista com o preço máximo dos medicamentos pode ser consultada no site da Anvisa: www.anvisa.gov.br
