Representantes de 11 municípios brasileiros contemplados pelo Método Wolbachia, entre eles, Presidente Prudente, se reuniram nesta quarta e quinta-feira, no auditório do TecPar, na Cidade Industrial de Curitiba (PR), para um encontro que celebrou os dez anos de implementação da tecnologia no Brasil. No evento, que contou ainda com a presença de membros do Ministério da Saúde e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), painéis foram realizados para promover uma troca de experiências sobre a metodologia, os desafios e os resultados em pontos tão diferentes do país.
Segundo a Fiocruz, Curitiba foi selecionada para sediar o evento porque, além de dois municípios do estado serem beneficiados com a tecnologia (Foz do Iguaçu e Londrina), a maior fábrica de Wolbitos do mundo está em construção na capital paranaense, a qual foi visitada pelos representantes dos municípios contemplados.
A seleção de Prudente para implementação do Método Wolbachia, como noticiado neste diário, se deu em novembro do ano passado. Além da capital do oeste paulista, Foz do Iguaçu e Londrina, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, anunciou a escolha de outras três cidades, de acordo com indicadores epidemiológicos e entomológicos, que também já estão com atividades em andamento: Joinville (SC), Uberlândia (MG) e Natal (RN).
O Método Wolbachia, do WMP (World Mosquito Program), é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que, no Brasil tem o trabalho conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. Os estudos no Brasil foram iniciados em 2012 e, em 2014, tiveram início as liberações nas áreas piloto, Jurujuba, em Niterói (RJ), e Tubiacanga, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Já em abril de 2019, a primeira fase de expansão nacional do programa chegou a Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).
Biofábrica em PP
Como publicado em O Imparcial, a partir de janeiro de 2025, Presidente Prudente começará a receber os primeiros lotes de ovos infectados com a bactéria Wolbachia, vindos do Rio de Janeiro. Eles serão usados para criar tanto machos quanto fêmeas de mosquitos conhecidos como Wolbitos, isto é, Aedes aegypti com Wolbachia. A iniciativa faz parte da estratégia que envolve a liberação dos Wolbitos infectados, impedindo que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam neles e reduzindo assim a transmissão de arboviroses.
A produção dos microrganismos será realizada em uma biofábrica que está sendo construída no antigo prédio do Centro de Fisioterapia do Idoso, no Jardim Everest. A adequação, conforme a Prefeitura, segue em andamento. A usina contará com a colaboração da Fiocruz para garantir a criação e liberação dos mosquitos. As obras devem estar concluídas até dezembro deste ano para funcionar conforme o cronograma estabelecido, contando com servidores do município, do Estado e técnicos da fundação.