Que o brincar traz muitos benefícios para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, parece um consenso entre pais, professores e educadores de maneira geral. Porém, percebe-se que a compreensão destes benefícios e a condição do brincar propriamente dita, ainda necessitam de aprofundamentos para que se possa de uma vez por todas sucumbir com a banalização do brincar para as crianças, principalmente para as crianças bem pequenas.
Brincar é um direito que toda criança tem, conforme o sétimo dos dez princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada em 1959 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Assim como a educação, a alimentação e a moradia, o “lazer infantil”, como é descrita a brincadeira no documento, é igualmente importante e fundamental para o desenvolvimento cognitivo, social e intelectual do pequeno.
Estudos mostram vários ganhos para o desenvolvimento das crianças, dentre eles a qualificação da aprendizagem. Sim! É brincando que as crianças aprendem! Aprendem a conviver, a respeitar opiniões diferentes das suas, a se colocar, expressar suas ideias, a se organizar (quando guardam seus brinquedos e outros pertences e posteriormente precisa deles).
É na brincadeira e por meio dela, que as crianças reproduzem as formas de seu cotidiano e como veem e lidam com o mundo. Nessa direção, aspectos de suma importância são o tempo e o espaço em que a brincadeira se instala. Não existe um intervalo de tempo estipulado para que a criança brinque, inclusive, quanto maior for, melhor. E, com relação ao espaço, quanto mais estímulos ela tiver, como cores, possibilidades de se movimentar, falar, cantar, ouvir, manipular, se relacionar, conviver e se divertir, maior será a sua desenvoltura.
Quanto menores forem as oportunidades, provavelmente, terão mais dificuldades e restrições quanto ao desenvolvimento integral, formado por aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais e emocionais. Além de mais atenta, a criança que brinca também desenvolve melhor a sua inteligência emocional e as noções básicas de respeito e convivência.
Por isso, é importante que, crianças sempre estejam em contato com outras, que podem ter ou não a mesma idade, isso inclui os adultos, pais, professores. Quanto mais cedo as crianças tiverem contato com outras crianças, com adultos nos momentos do brincar, mais rica será a construção do seu repertório de interação social, porque é desta forma que nos constituímos como sujeitos.
É por meio das brincadeiras que os pais e responsáveis são capazes de entender o mundo das crianças, como é a coordenação motora, se falam muito ou não, se são introspectivas ou escandalosas, como constroem e organizam o mundo e seus valores, suas preocupações, problemas e desejos. Por isso, para se aproximar e compreender esse universo, o melhor é entrar no clima da brincadeira e respeitar as regras, costumes e manias da criança.
A criança aprende numa velocidade assustadora. Por isso a importância do estímulo: quanto mais for oferecido à criança, maior a sua capacidade de absorção.