Quantos e como somos? Onde estamos e como vivemos? Qual é a realidade do Brasil atual? Para responder todas essas questões, identificando as mais variadas características da população, como sexo, idade, cor, religião, migração, educação, saúde, escolaridade e emprego, teve início no dia 1º de agosto do ano passado, em todo o país, o Censo Demográfico 2022. Desde então, recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), devidamente uniformizados, têm percorrido todos os domicílios, em busca de informações, sejam eles na zona urbana, rural ou em distritos.
Os dados coletados por eles constituirão no grande retrato em extensão e profundidade da nossa população e das suas características socioeconômicas, ajudando a definir, ao mesmo tempo, iniciativas relacionadas à saúde, educação e habitação em níveis nacional, estadual e municipal. Sabendo tudo isso com exatidão, os governantes podem planejar melhor o desenvolvimento do país.
O problema é que nem todos dão a devida atenção e valor a esta pesquisa. Um trabalho que era pra levar 90 dias já caminha para o sétimo mês. Após seis meses em campo, um dos principais desafios para a conclusão do Censo 2022, segundo o IBGE, é o número alto de recusas para responder as perguntas. No Brasil, conforme matéria publicada na edição de ontem, a taxa média chega a 2,43%, em dados atualizados no último dia de janeiro. Em São Paulo, que lidera o ranking entre os Estados, a taxa de recusas é de 4,49%, o que equivale a cerca de 720 mil domicílios em que o morador se recusou a prestar informações aos recenseadores.
Fora isso, o órgão relatou dificuldades para contratar e manter em campo os recenseadores. Parte desses trabalhadores, contratados de maneira temporária, reclamou de atrasos em pagamentos e de valores em nível abaixo do esperado. Houve desistências e ameaça de greve ao longo da coleta. Conclusão: os resultados definitivos, que seriam divulgados em dezembro, só devem sair em abril.
Até o dia 31 de janeiro, foram recenseadas 185,8 milhões de pessoas no país. Agora em fevereiro e março, estão previstas tentativas de reversão de recusas e revisitas a domicílios com moradores ausentes. Fazer o Censo é uma atribuição do IBGE, mas é uma responsabilidade da sociedade como um todo. Portanto, todos precisam contribuir. Receba de forma pacífica o recenseador e responda o questionário corretamente, sem má vontade e com educação. Serão alguns minutos gastos da atenção, para o planejamento de estudos e ações, que beneficiarão a população por mais uma década. Uma forma de conhecer nossa identidade, bem como as necessidades do país. Colabore!