Durante as eleições municipais de 2016, os candidatos terão menor tempo para transmitir suas propostas e projetos durante o horário eleitoral gratuito. Isso porque, o tempo da propaganda eleitoral obrigatória, veiculada nas redes de rádio e televisão, foi reduzido de 30 minutos para 10 minutos, tanto no período da manhã quanto da noite. A mudança integra a reforma política e foi aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro. Já as transmissões de pequenas chamadas durante as programações dos veículos citados aumentaram, passando e 30 minutos para 70 minutos ao dia.
Consultados sobre a alteração, moradores de Presidente Prudente dizem que aprovam a medida, já que, segundo eles, o horário eleitoral nada mais é que "um modo de promoção e propaganda pessoal e não diz respeito à política". Para os entrevistados, é uma forma dos candidatos se promoverem. Eles dizem que as propostas apresentadas pelos políticos "nunca são cumpridas, por isso, não há motivos para manter o horário por mais tempo".
Segundo o professor de Sociologia, Marcos Lupércio Ramos, a alteração não influência o interesse e a participação das pessoas, nem ocasiona perdas – no que diz respeito às informações dos candidatos – aos eleitores. Isso porque, segundo ele, o horário "é mais uma propaganda partidária". O educador esclarece que a mudança pode até contribuir para que a população assista ao programa, já que o tempo vai ser menor.
Marcos ressalta que para ter informações sobre o político, o eleitor pode usar mecanismos de pesquisa, levantar a carreira do candidato e acompanhar seus projetos e intenções de trabalho, pela internet, notícias e artigos em jornais, revistas e outros canais de comunicação.
A favor
Para o corretor de seguros José Carlos Arantes, 54 anos, a redução do tempo foi correta. Ele pontua que os políticos utilizam o horário eleitoral para fazer "um marketing pessoal e esquecem o que realmente é política". "Eles não cumprem o que propõem", considera.
"Não sou obrigada a ouvir propostas que não serão colocadas em prática", afirma a aposentada Pastora da Costa Voltarelli, 73 anos. Ela diz que apoia a mudança e só mudaria de opinião se os políticos eleitos honrassem os projetos prometidos.
Eleições presidenciais
As mudanças também vão ser empregadas nas eleições para presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais. Nesta, a propaganda eleitoral passará de 50 minutos para 25 minutos, em cada um dos dois blocos transmitidos. No que diz respeito às inserções nos intervalos das programações, seguem a mesma quantidade das eleições municipais, passando de 30 minutos para 70 minutos por dia.
Além destas, o texto aprovado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), estabelece que apenas os partidos com, ao menos, dez deputados na Câmara Federal, terão direito de participar do ato, diferente da regra atual, a qual autoriza quem conta com apenas um deputado na casa.