Pombos: uma ameaça à saúde pública

OPINIÃO - Daniela Vanessa Moris

Data 20/08/2020
Horário 04:48

A presença de grande quantidade de pombos em centros urbanos, praças, igrejas, universidades e hospitais reflete o mau costume da população que, por serem simpáticos e símbolos da paz, costumam alimentá-los com restos de comida, pão, pipocas, que são alimentos inadequados e prejudicam a saúde dos animais, além de viciá-los e torná-los grandes pragas urbanas, portadoras de doenças infectocontagiosas que colocam em risco a saúde humana. 
O controle de pombos é difícil, pois a sua reprodução é rápida. Estima-se que cada fêmea tenha de quatro a seis ninhadas por ano e que o tempo de vida de um pombo seja de 3 a 5 anos. 
Além de disseminar doenças e infecções, no ambiente urbano o acúmulo de excretas, penas e restos de ninhos levam a outros problemas, como entupimentos de sistemas de drenagem de águas de chuva, comprometimento no funcionamento de equipamentos diversos e riscos de contaminações em fontes de água e alimentos. No entanto, o mais grave é a grande quantidade de microrganismos patogênicos veiculados especialmente em seus excrementos e penas.
Estima-se que essa ave possa transmitir mais de 50 doenças causadas por bactérias e fungos. Merece destaque um fungo chamado Cryptococcus spp, causador da criptococose. 

Além de disseminar doenças, no ambiente urbano o acúmulo de excretas, penas e restos de ninhos levam a outros problemas

Trata-se de uma doença grave, com importante causa de mortalidade e morbidade, principalmente em indivíduos imunodeprimidos; geralmente adquirida por inalação do fungo, com infecção primária pulmonar; em seguida, pode ocorrer disseminação hematogênica e a disseminação da doença em outros órgãos, principalmente no sistema nervoso central, provocando meningite e encefalite. No Brasil, a meningite criptococócica está entre as principais causas de mortes entre as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA).
A grande concentração de pombos nas áreas urbana, além do problema estático e da sujidade, é considerada risco potencial à saúde pública, principalmente quando o local oferece condições ideais de abrigo, nidificação e alimentação, sendo necessária a construção de barreias físicas que impeçam esses animais de se instalarem. 


 

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