Políticas devem garantir pleno exercício da cidadania da mulher

EDITORIAL -

Data 04/12/2017
Horário 12:09

No último dia 25 foi lembrado o Dia Internacional da Violência Contra a Mulher. A data é um lembrete sobre a importância de assegurar melhores condições de vida para as mulheres por meio da promoção de políticas públicas que garantam a sua segurança, saúde, bem-estar e autonomia. No entanto, tal discussão não deve estar restrita somente ao dia mencionado, mas se estender ao longo de todo ano, uma vez que a violência contra a figura feminina, seja ela verbal, física, psicológica, moral, entre outras, é uma realidade cotidiana no país.

Em Presidente Prudente, a Rede Mulher, que compreende Secretaria Municipal de Assistência Social e Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), em parceria com instituições e órgãos voltados à proteção desse público, realiza anualmente um fórum que visa discutir o direito da mulher em uma sociedade na qual não seja desrespeitada ou agredida.

Conforme noticiado por este periódico na edição de ontem, o Serviço de Atendimento à Mulher do Creas já atendeu, neste ano, 250 mulheres que sofreram algum tipo de violência e, embora, calcule-se uma redução de 60 casos na comparação com o mesmo período do ano passado, o órgão não atribui a queda à redução de ocorrências, mas ao fato da situação permanecer velada. Os motivos para os números não corresponderem à realidade são muitos: medo, insegurança e dependência material e emocional.

Ao escolher não denunciar, a mulher fica exposta ao agravamento da violência, que não só coloca em risco a sua autonomia e autoconfiança, mas a própria vida. Quebrar o silêncio é um passo importante e crucial nesse sentido, garantindo à mulher não apenas o afastamento do agressor, como também o acesso aos cuidados prestados por uma equipe especializada do Creas.

E mais do que encorajar a mulher a se libertar da violência, é preciso desde cedo educar as crianças sobre o assunto e identificar e coibir qualquer comportamento que possa levar à violência contra a mulher, favorecendo, desta forma, a construção de uma cultura de paz entre homens e mulheres. Além disso, torna-se necessário também assegurar a execução efetiva das leis em defesa do público feminino e a devida capacitação dos serviços públicos, a fim de que não haja qualquer omissão no atendimento às vítimas. A partir de medidas como essas, será possível construir uma sociedade mais justa e igualitária.

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