A rotina de duas das principais delegacias de Presidente Prudente, a CPJ (Central de Polícia Judiciária), onde também funciona o Necrim (Núcleo Especial Criminal), e a DIG/Dise (Delegacia de Investigações Gerais e Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), serão alteradas a partir de hoje por conta da necessidade de remanejamento de policiais civis para o atendimento ao público nas portarias das unidades e também para realizar o serviço de vigilância, no caso da CPJ. A mudança foi necessária, pois não foram renovados os contratos com as empresas terceirizadas que realizavam os trabalhos.
"A Polícia Civil de Presidente Prudente informa que os contratos com as empresas de segurança e portaria não foram renovados e passam por um processo de análise e readequação, sem qualquer prejuízo ao atendimento à população", confirma a SSP (Secretaria de Segurança Pública), por meio de nota enviada pela Assessoria de Imprensa do órgão.
"Nós tentamos até o último momento manter os contratos com as empresas e não queríamos que chegasse nesse ponto, mas, devido à falta de recursos, as empresas já foram informadas sobre o encerramento", explica a delegada seccional de Prudente, Iêda Maria Cavalli de Aguiar Filgueiras. "Então, por conta do fim dos contratos, teremos que designar policiais para cumprir esses papéis", completa. Segundo ela, três contratos deixaram de ser renovados na cidade.
"Trabalho prejudicado"
"Só na CPJ, são realizados até 200 atendimentos ao público, por dia, fora os atendimentos telefônicos", lembra Iêda, exemplificando a importância da atuação dos funcionários terceirizados na unidade. "Além disso, o prédio conta com um acervo de bens móveis, impressoras, viaturas, acervo do cartório, objetos apreendidos, que têm um valor incalculável, e por isso precisamos de uma solução para manter o prédio seguro", detalha a delegada.
O Sipol (Sindicato dos Policiais Civis da Região de Presidente Prudente) também vê com preocupação o remanejamento dos policiais civis. "Na DIG, por exemplo, são nove investigadores e ficaríamos com sete. Na CPJ, são 16 e ficariam apenas 13 atuando efetivamente e isso é muito pouco para atender uma cidade com 220 mil habitantes", pontua Fábio Morrone, presidente do Sipol.
"Nós entendemos que existe uma crise econômica, mas estes são serviços prioritários, que não podem parar", ressalta o sindicalista. "Nossa sugestão é que a SSP faça uma reprogramação orçamentária, a qual permita que os contratos sejam renovados", completa Morrone. A delegada seccional destaca que irá continuar trabalhando para que o problema seja solucionado. "Estamos tentando convencê-los de que esses são serviços prioritários e, para reverter a situação, precisamos da liberação dos recursos", relata.