Polícia Civil lança aplicativo para celular com orientações sobre golpes

Idealizado por investigadora de Presidente Prudente, material já está disponível para download

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 04/09/2020
Horário 14:32
Roberto Kawasaki - Barbara Camapum é a idealizadora do projeto
Roberto Kawasaki - Barbara Camapum é a idealizadora do projeto

No começo do ano, a reportagem noticiou o lançamento da cartilha “Golpe? Tô Fora!”, desenvolvida pela investigadora de Polícia Civil, Barbara Camapum. O material conta com orientações sobre os mais diversos tipos de estelionatos. Devido ao sucesso, o projeto foi além e chegou à plataforma digital, mais precisamente, no celular. O lançamento do aplicativo ocorreu hoje, na CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Presidente Prudente.

De acordo com a investigadora, com essa evolução a cartilha se torna "mais acessível" para todos os públicos, inclusive para os idosos, principais vítimas dos estelionatários.

Além das orientações sobre a maneira de como os golpes são aplicados, a plataforma traz ícones que permitem o imediato acionamento das polícias Civil e Militar, bem como uma lista de elementos necessários para registrar o boletim de ocorrência caso tenha sido vítima do delito. 

O interessante é que uma vez instalado, não precisa de internet para ser utilizado.

“Estamos em busca de aperfeiçoamento, tanto em recursos quanto no conteúdo”, afirma Barbara. “Nosso projeto não é estático, ele é dinâmico. Então sempre que eu tiver conhecimento de novos golpes, passarei para meus colaboradores que farão a atualização na cartilha, bem como no aplicativo”. 

Golpes consumados tiveram queda

Conforme a Polícia Civil, de janeiro a julho do ano passado foram registrados 583 estelionatos consumados em Presidente Prudente e, no mesmo período desse ano, o número caiu para 366. Para a investigadora, a resposta está na orientação.

Dentre os delitos mais comuns nos últimos meses estão: o intermediador de vendas; WhatsApp hackeado; pesquisa sobre o coronavírus; falsa clonagem de cartão e o golpe do falso namorado.

Segundo a polícia, os mais acometidos pelos golpes foram os idosos, que demonstram mais fragilidade em relação à confiança em terceiros. “O criminoso não é aquela pessoa agressiva, a arma dele é o poder de persuasão, o que coloca a vítima em um enredo e que nem percebe que está caindo num golpe”, explica Barbara. 

“Estamos em uma época em que todo mundo tem dificuldade financeira. Então, quando uma pessoa chegar para você oferecendo uma proposta muito vantajosa, desconfie”, orienta. 

Investigação demanda tempo

De acordo com a delegada seccional, Ieda Maria Cavalli de Aguiar Filgueiras, a investigação de crimes que envolvem o estelionato demanda um certo tempo devido às análises de contas de usuários e demais dados que contribuem com a apuração. Tudo dependerá das informações repassadas pelas vítimas e, claro, do empenho policial. 

Para isso, a Polícia Civil conta com diversos tipos de ferramentas.

“Como muitos crimes são cometidos por meios tecnológicos, a polícia também usa desses meios”, afirma Ieda. “Nossos policiais passam por treinamentos, cursos e capacitação para enfrentarem os crimes cometidos por meio da internet. E utilizam, inclusive, das mídias sociais como auxílio”. 

De acordo com a delegada, a equipe de Presidente Prudente tem obtido êxito em prender os estelionatários. “No ano passado prendemos autores de conto do golpe do bilhete, antiquíssimo, mas que, infelizmente, continua fazendo vítimas”, afirma.

“Esses autores estão presos há um ano, e isso mostra que o trabalho foi bem feito, e que a população pode confiar. Faremos de tudo o que estiver ao nosso alcance de forma legal para levá-los à responsabilidade”. 

SAIBA MAIS

O aplicativo está disponível para download no Google Play Store ou pelo QR Code, que será disponibilizado nas delegacias, assim como o formato físico, que já se encontra para a retirada. Além disso, o material também pode ser encontrado no site da Polícia Civil (www.policiacivil.sp.gov.br).

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