A Delegacia de Polícia Civil de Junqueirópolis concluiu ontem o inquérito sobre o feminicídio que vitimou a camareira Rita Fagundes da Rocha, 49 anos. O marido dela, 41 anos, que confessou a morte em decorrência de uma “crise de ciúmes”, foi indiciado e segue preso.
O crime ocorreu na madrugada do dia 3 de maio, no Jardim Paulista, após uma discussão entre o casal, que começou no final da noite de domingo. De acordo com o delegado Eliandro Renato dos Santos, vizinhos relataram sobre uma discussão que ocorreu durante "bastante tempo''.
“Depois disso, houve um silêncio. E esse silêncio foi quebrado pelo fato de o indivíduo ter saído de casa, com o carro, e depois retornado e saído novamente”, explica.
O casal tem dois filhos, de 8 e 13 anos, que estavam na casa. Em depoimento, o mais velho confirmou a briga, mas disse que dormiu e foi acordado pelo pai por volta das 2h - com a desculpa de que ele iria trabalhar, e que teria que levar os meninos para a casa da tia.
De acordo com a Polícia Militar, o adolescente chegou a ver manchas de sangue na casa, mas como estava "sonolento", entrou no carro e saiu com o pai e o irmão.
Depois disso, o próprio autor acionou o resgate para socorrer a esposa. Logo que as equipes conseguiram entrar, encontraram marca de sangue pelo imóvel, bem como um bilhete em cima do sofá com os dizeres: “fiz isso porque me traiu”.
No final daquela mesma manhã, o suspeito foi preso por policiais civis da Delegacia de Polícia de Junqueirópolis e autuado em flagrante por feminicídio. No decorrer dos trabalhos investigativos, a Polícia Civil apurou através da análise de dados que não ficou demonstrado nenhuma relação extraconjugal por parte da vítima.
Reprodução/Facebook - Rita tinha 49 anos, e deixa dois filhos
No inquérito policial, consta que análises mostraram que a vítima tentou se defender das agressões do autor, motivo pelo qual apresentava lesões de defesa em seus braços. “A alegação do acusado de que a vítima tentou atacá-lo com uma faca também não ficou evidenciada nos laudos periciais”, afirma.
Com o encerramento das investigações, o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências.
O homem, que já se encontra preso preventivamente, continuará à disposição da Justiça e, caso ocorra a condenação, poderá pegar pena de até 30 anos de reclusão.
Polícia Civil - Autor deixou bilhete em cima do sofá da casa, após cometer o crime
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