A manhã de ontem foi de bastante trabalho para os policiais civis do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior-Oito). Isso porque 330 materiais apreendidos durante a Operação Transponder no Estado de São Paulo começaram a ser analisados por uma equipe de aproximadamente 10 policiais, com o objetivo de descobrir provas que podem revelar como as células criminosas da facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas atuam em contato com supostos membros que estão presos nas penitenciárias da região de Presidente Prudente.
Como noticiado na edição de ontem, 34 pessoas foram presas no Estado acusadas de integrar a organização, sendo que 23 delas estavam na região – 13 em unidades prisionais, e 10 abordadas em residências.
A delegada Laiza Fernanda Rigatto Andrade, da Delegacia de Polícia Civil em Adamantina, salienta que foi preciso montar uma força-tarefa para que os documentos apreendidos sejam analisados dentro do prazo de 10 dias, quando o inquérito policial deverá ser concluído.
“Pode ser que mais materiais cheguem durante a semana, uma vez que nem todas as pessoas com mandados foram encontradas. Então, foi necessária uma ordem de serviço para que houvesse a retomada de diligências para encontrar mais investigados”, explica a autoridade. Não foram fornecidas informações sobre o total ou localidades de pessoas que deverão ser presas.
A fim de contribuir para a investigação, foram bloqueadas as contas bancárias de 47 supostos integrantes da facção. O montante movimentado pelo tráfico de drogas e outros crimes ainda não foi contabilizado, e a delegada espera que até segunda-feira os valores sejam repassados à Polícia Civil, uma vez que a Justiça tem o prazo de dois dias úteis para calcular a quantia.
Comando das ações
A Operação Transponder foi deflagrada quinta-feira em 22 cidades do Estado de São Paulo. No total, foram feitas 56 buscas e apreensões, o que também resultou na prisão temporária de 34 pessoas, sendo que parte delas estava em presídios da região.
Há três meses, diante das evidências de supostos crimes anotados em cartas, o serviço de inteligência da polícia reuniu as informações e revelou que integrantes da facção estariam comandando ações criminosas de dentro da Penitenciária Ozias Lúcio dos Santos, em Pacaembu. Além desta, os investigadores constataram que os acusados mantinham contato com presos das penitenciárias de Junqueirópolis e Martinópolis, e que também comandavam ações em outros Estados.
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