Polícia Ambiental resgata tucano mantido em cativeiro

Idosa relatou que a ave apareceu machucada em seu quintal, e que devido ao ferimento,  cuidou dela, mas a manteve em casa

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 19/05/2021
Horário 11:49
Foto: Polícia Militar Ambiental
 Tucano foi libertado no Parque Estadual do Rio do Peixe
Tucano foi libertado no Parque Estadual do Rio do Peixe

A Polícia Militar Ambiental resgatou um tucano que estava em cativeiro numa residência na Vila Godoy, em Dracena. O flagrante ocorreu ontem, após denúncia de manutenção de aves silvestres no imóvel de uma mulher de 73 anos.

Após serem notificados sobre a informação, os policiais foram ao endereço para verificar a veracidade da denúncia. Quando chegaram lá, foram recepcionados pela moradora, que foi informada sobre a denúncia.

Na sequência, de acordo com a polícia, ela autorizou a entrada da equipe. Segundo a 3ª Companhia de Policiamento Ambiental, a mulher acompanhou todo o trabalho de buscas.

Conforme a corporação, no quintal da casa foi encontrado um viveiro com várias aves exóticas. No entanto, em outra gaiola havia um pássaro da fauna silvestre da espécie Tucano-Toco, conhecido também como Tucanuçu. 

Aos policiais, a idosa relatou que a ave apareceu machucada em seu quintal, e que devido ao ferimento, a acolheu e cuidou dela, mas a manteve em casa.

“Como não tinha autorização para manter o pássaro, foi autuada em R$ 500 por manter em cativeiro espécime da fauna silvestre nativa, conforme artigo 25, parágrafo 3º, inciso III da Resolução SIMA nº 005/2021”, explica a Polícia Ambiental.

Ainda conforme a corporação, a ave estava sem ferimentos e com sinais de estado bravio - o que indica que saiu recentemente da natureza. Diante disso, foi destinada ao Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde, onde foi reintroduzida em seu habitat natural.


Polícia Militar Ambiental  - Animal estava sem ferimentos e em estado bravio 

Importância ecológica

De acordo com o biólogo Pablo Edini Damião, o Tucanuçu é uma ave comum no oeste paulista. “Desempenha uma grande importância ecológica, fazendo a dispersão de sementes de frutos de espécies nativas da região, assim como em todo o Brasil”, afirma.

Ainda conforme o biólogo, que já fez o registro da ave em Martinópolis, só é possível ter um animal silvestre se oriundo de um cativeiro legalizado.

“Em casos como o da reportagem, quando encontrado com a saúde debilitada ou em condições inadequadas, o órgão competente para fazer o resgate de fauna é a própria Polícia Ambiental”, orienta.

“Esse animal será encaminhado a um Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), que é um ambiente onde ele possa ser avaliado, receber todos os cuidados necessários para que um dia possa voltar ou não para a natureza”, explica.  


Pablo Edini Damião/Cedida - Registro da Tucanuçu feito pelo biólogo, de Martinópolis

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