Em julho, quatro trabalhadores perderam a vida após parte da parede de um hipermercado em reforma desabar sobre eles. A tragédia ocorreu em Presidente Prudente e chocou os moradores da região oeste do Estado. Há exatos 31 dias do acidente, os laudos técnicos sobre o desabamento ainda não foram concluídos, o que impossibilita a Polícia Civil de dar andamento na investigação.
O delegado Joaquim Élcio Ferreira Junior, da CPJ (Central de Polícia Judiciária), é o responsável pela apuração dos fatos. Segundo ele, até o momento as informações que possui foram as divulgadas anteriormente, com base no registro do boletim de ocorrência. A autoridade explica que o trabalho técnico é demorado por conta dos detalhes analisados pelos peritos, e pode levar pelo menos mais um mês para ser concluído.
“O que pode dar uma linha de investigação é o laudo pericial. Sem ele fica difícil saber o motivo do desabamento, quem é o responsável, ou se houve erro de normas técnicas”, afirma. É por meio da análise que será possível formular as perguntas aos interrogados. O delegado conta que algumas pessoas já foram ouvidas e passaram informações que já eram de conhecimento. “Há aqueles que interessa realmente ouvir, mas sem detalhes do laudo não tem como entrar nas questões técnicas”.
O desabamento ocorreu no dia 16 de julho, por volta das 16h. De acordo com o 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente havia cinco vítimas, e quando a equipe chegou ao local três delas já estavam mortas: Ernando Pereira Souza 23 anos; Josivaldo Soares dos Santos, 27; e Geraldo da Costa Sobral, 45. Juliano Santos Ferreira, 32 anos, foi socorrido em parada cardiorrespiratória, mas morreu minutos depois. Já a quinta vítima, 56 anos, que não teve a identidade divulgada, foi liberada na mesma noite.
Dos trabalhadores, Juliano e Josivaldo eram moradores de Tarabai e foram sepultados no município. Já os corpos de Ernando e Geraldo foram transladados para Crisópolis (BA) e Guarulhos (SP), respectivamente.
Na época, o Grupo Big, responsável pelo prédio em reforma, informou que a equipe estava no local para avaliar os procedimentos necessários para a obra, que teria início logo que fosse concedida a autorização pela Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento) da Prefeitura de Prudente. Após o acidente, a obra foi embargada. De acordo com a pasta municipal, a liberação específica para retomada dos serviços pode depender da liberação de outros órgãos devido ao acontecido.
A reportagem procurou o Grupo Big e questionou sobre eventuais medidas de segurança que foram tomadas após a tragédia e de que forma a empresa contribui com a investigação. Em nota, informou que “todas as atividades no local foram suspensas e que aguarda o resultado da perícia técnica”. Enquanto o documento não é finalizado, a Polícia Civil não pode divulgar um prazo para a conclusão do inquérito acerca da tragédia, o que ainda pode demorar meses.
Inquéritos da Polícia Civil e do MPT investigam desabamento
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