Polícia abre inquérito para apurar denúncia de maus-tratos em Tarabai 

Homem de 59 anos apresenta um corte na cabeça, resultado de suposta agressão física, e já passou por exame de corpo de delito; áudio mostra a coordenadora do local, já dispensada pela Prefeitura, agredindo verbalmente um paciente

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 10/05/2020
Horário 15:30
Arquivo - Polícia Civil de Pirapozinho prossegue com as investigações
Arquivo - Polícia Civil de Pirapozinho prossegue com as investigações

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar uma suposta agressão a pacientes em uma unidade terapêutica municipal em Tarabai. Nos últimos dias, uma discussão da coordenadora do local foi gravada em áudio, quando ela estaria agredindo verbalmente um paciente de 59 anos, que tem problemas mentais.

Quem fez a denúncia foi o Conselho de Saúde do município, após receber o áudio em que a funcionária ameaça um homem. Em um trecho da gravação, a qual a reportagem teve acesso, a mulher diz: “Você não vale nada. Vontade de socar a sua cara, mas não pode, é o bonito. Porque se fosse meu filho, o sangue ‘tava’ rolando. Você respeita o povo da casa”. O registro ocorreu após o paciente com transtornos mentais mostrar as partes íntimas.  No trecho a seguir, a responsável ameaça dopar o homem: “Você não vai ‘entrar pra dentro’, você vai ficar se escorando por aí. A partir da outra consulta você vai ‘entrar pra dentro’, porque você vai dormir dia e noite. Ah se você não vai!”.

De acordo com o delegado de Polícia Civil de Pirapozinho, Rafael Galvão, responsável pelas investigações, no caso não há somente a questão da injúria do crime contra a honra do sujeito através de ameaças, mas também situações evidentes de maus-tratos. “Há uma relação de sujeição entre a dirigente dessa instituição com relação à vítima de 59 anos”. O homem também apresenta um corte na cabeça, resultado de uma possível agressão física, e já passou por exame de corpo de delito.

DENÚNCIAS DE

MAUS-TRATOS

Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde, João Mendes Barreto, que recebeu a gravação anonimamente e protocolou junto à Polícia Civil, o órgão vinha recebendo denúncias de maus-tratos no local, mas não contava com nenhuma prova que pudesse evidenciar os fatos ou envolvidos. No entanto, o órgão vinha monitorando a casa terapêutica, inclusive, conversando com vizinhos que relataram, após as denúncias, que já observaram pacientes dormindo fora da casa, até mesmo na chuva.

O presidente destaca que cinco funcionárias da casa terapêutica, incluindo a coordenadora que aparece nas gravações, foram dispensadas pela Prefeitura assim que a mesma tomou conhecimento dos indícios. A reportagem não conseguiu um posicionamento do Executivo, visto que ontem, sábado, não houve expediente na Prefeitura. O caso segue em investigação.

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