Recentemente, o cantor de música sertaneja Zé Neto teve que se afastar dos palcos em decorrência de uma condição pulmonar conhecida como “vidro fosco”, que causa falta de ar e está relacionada à utilização dos cigarros eletrônicos. O pneumologista Paulo Roberto Mazaro diz que esse produto tende a passar a impressão errada ao usuário de que por não ter nicotina é mais seguro. O médico afirma que, assim como o “cigarro convencional”, os eletrônicos também são igualmente agressivos à saúde. “Existe uma sensibilidade individual onde, às vezes, o mesmo produto pode fazer mais ou menos mal para uns do que para outros. Mas o importante mesmo é a pessoa ter consciência de que tanto um quanto o outro sempre será nocivo à saúde nos mais variados graus, que vai depender da sensibilidade do organismo de cada um”, destaca o médico.
Paulo Mazzaro salienta que assim, como os convencionais, o hábito de fumar os cigarros eletrônicos também causa dependência.
O pneumologista explica o que é o tal “vidro fosco” e como a condição pode comprometer a saúde dos pulmões. “Trata-se de uma inflamação pulmonar que chamamos de pneumonia de hipersensibilidade. Então, ao serem inalados, os produtos químicos que têm no cigarro, o organismo reage e os pulmões inflamam. Não é uma bactéria, não é uma infecção, é uma inflamação”, explica o médico.
Foto: Arquivo/O Imparcial
Paulo Roberto Mazzaro alerta que todos os produtos trarão algum mal
Outro produto carregado de malefícios, ainda pior que os cigarros eletrônicos, que quando consumido em 20 minutos a uma hora equivale a 100 cigarros convencionais, e que seu uso é normal, liberado, sendo utilizado por grande quantidade de adolescentes, jovens e adultos, inclusive em espaços públicos, é o narguilé.
É sabido que fumar é altamente nocivo à saúde. Fumar aumenta o risco de contrair infecções bacterianas e virais. O médico afirma que os produtos químicos inalados, inclusive, os corantes que são colocados no narguilé para dar sabor, também podem causar a pneumonia de hipersensibilidade.
E o pior, segundo ele, é no momento em que todo o mundo está vivendo, os usuários de narguilé fazem aquelas rodinhas e compartilham a piteira ou bocal, e vão passando de boca em boca. “O que é uma forma clara de possível infecção, contaminação não só da Covid, mas do novo vírus que chegou da Influenza, que é um pouco mais agressivo do que o que já conhecíamos. Além de fungos, bactérias, enfim, toda a espécie de produtos e infecciosos ou químicos, que o usuário de narguilé vai receber ao usar o narguilé”, enfatiza Paulo Roberto Mazzaro.
Foto: Reprodução/Site brasilescola
Narguilé e seus componentes, um vício entre adolescentes, jovens e adultos