O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recentemente assinou um parecer técnico no qual diz que a infecção pelo novo coronavírus deve disparar neste mês e continuar crescendo até junho, quando aí sim essa curva deve começar a desacelerar. O próprio secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, também reafirmou que o país terá “dias difíceis” em abril. Recentemente, e em nível regional, o conselheiro regional do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Henrique Liberato Salvador, assinou embaixo das falas dos especialistas e ainda destacou mais uma vez a necessidade de ficar em casa e se proteger de todas as formas possíveis.
Para ser mais preciso, o médico citou: “depois do dia 15”. Para tanto, Henrique sinaliza à reportagem que a observação é feita com base na própria curva do governo estadual, em relação à detecção de novos casos diários de Covid-19. E os próprios governos, por sua vez, levam em conta fatores estatísticos e também lembram que, durante o outono e inverno, é quando as doenças respiratórias se acentuam.
Nos próximos dias, por conta disso, o conselheiro alerta que é natural existir uma crescente no número de diagnósticos positivos para a doença na região, em vista dos resultados dos exames médicos. “É natural, ele está entrando aos poucos [o vírus]. Estamos com subnotificações, então, de repente, podem começar a ser notificados de 10 a 15 casos por dia”, completa.
Daí, segundo ele, vem a necessidade de se cuidar cada vez mais. O “ficar em casa”, por mais difícil que seja, é a melhor opção que temos, para Henrique. Além disso, temos que ouvir as autoridades de saúde, que diariamente descobrem algo novo. “Antes não podia usar máscara, agora pode, por exemplo. São pontos de prevenção que a gente tem que acolher e tentar. O que não vale é fazer loucuras, inventar métodos próprios. O que for natural e o que é orientado pelos especialistas temos que nos atentar, como o básico: a higienização”, destaca.
Para quem faz parte de um perfil de risco, o conselho de se cuidar é ainda maior. “É um repouso necessário. Sabemos que a doença é mais agressiva quanto à idade-órgão, às pessoas mais velhas. Eu estou ansioso, com medo. Sou idoso, tenho disritmia. Não sabemos o que deve ocorrer, mas sim o pior que pode vir. Ainda não há uma receita pronta, então, fiquem em casa”, reforça.
PREPARO
DIÁRIO
Questionado se o município se prepara para esse possível momento, o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, lembra que a administração municipal “tem pensado sempre à frente desde o primeiro dia que os trabalhos de prevenção foram iniciados”. Ainda de acordo com ele, cada ação é feita conforme a necessidade. “Temos essa informação e estamos trabalhando junto com os infectologistas da cidade”, completa. Ele cita ainda algo que deve ser feito nos próximos dias: a implantação de polos na cidade. Ou seja, determinadas unidade de saúde seriam redirecionadas para atendimento exclusivo aos problemas com o novo coronavírus.