Pesquisadores do RJ preparam fóssil de dinossauro na Etec para exposição e pesquisas na região

Peça foi encontrada em 2013 por uma equipe da UFRJ, em uma fazenda entre Alfredo Marcondes e o distrito prudentino de Floresta do Sul

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 24/07/2024
Horário 11:02
Foto: Maurício Delfim Fotografia
Trio prepara fóssil da cintura pélvica de um saurópode para envio ao Rio de Janeiro
Trio prepara fóssil da cintura pélvica de um saurópode para envio ao Rio de Janeiro

Três pesquisadores da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) realizam desde segunda-feira, na Etec (Escola Técnica Estadual) Prof. Dr. Antonio Eufrásio de Toledo, antigo Colégio Agrícola, em Presidente Prudente, a preparação de um fóssil da cintura pélvica de um dinossauro saurópode, de aproximadamente 1 metro no eixo anteroposterior e 2 metros de largura, para posterior exposição e pesquisas no oeste paulista. A previsão, segundo o diretor da Etec, Thadeu Henrique Novais Spósito, é que dois dos profissionais fiquem na cidade até o fim de semana, e o terceiro, definido como “preparador”, fique até a finalização do trabalho com a peça, que foi encontrada em 2013, por uma equipe da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no solo de uma fazenda prestes a ser preparado para o plantio de batata-doce, entre o município de Alfredo Marcondes e o distrito prudentino de Floresta do Sul.
“Estou com uma equipe responsável por esse tipo de cuidado com esse material. Essa peça agora está sendo preparada para conseguirmos colocar no local de destino tanto para pesquisas quanto para exposições. O destino ainda não está determinado, mas as tratativas indicam que deve ficar aqui na região de Prudente”, explica o coordenador dos trabalhos, o professor do Campus de São Gonçalo, da UERJ, André Piacentini Pinheiro.
“Esse achado é muito importante porque, uma vez em que no Brasil dificilmente se preservam fósseis de dinossauros grandes, articulados e inteiros, esse é um elemento importantíssimo para a gente conseguir completar o quadro de informações sobre esses grandes animais que viveram aqui no período mesozoico, na era dos dinossauros, e aumentam então a compreensão das dinâmicas paraecologicas que existiam na região num passado distante”, considera o pesquisador.

Trabalho minucioso
Em 2022, como noticiado neste diário, uma operação foi realizada pela Etec para a retirada do fóssil, fragmento de um dinossauro de 500 quilos e 2,3 metros de envergadura, do local onde foi encontrado, para transferência até a sede da escola técnica, onde permaneceu guardado. “A demora para a esta preparação se deu por diversos fatores, mas o principal foi a falta de recursos para os pesquisadores poderem conseguir voltar”, expõe Thadeu. Lembra também que ainda havia, em 2022, tratativas com o governo municipal para que a peça fosse preparada e exposta na Cidade da Criança, em um espaço destinado a paleontologia, projeto que não foi concretizado.
Thadeu explica que agora o fóssil será retirado do gesso, com o qual foi revestido em 2022, com foco na preservação da peça, por pesquisadores e alunos, sob a coordenação de André. “A peça ficou na nossa guarda na Etec nesses dois anos. E, para nós, vai ser um momento importante essa preparação, visto que as aulas voltam hoje [quarta-feira] e os alunos poderão acompanhar a evolução desse trabalho e ver o material”, ressalta o diretor.
Após nove anos exposto, em fevereiro de 2022, o fóssil foi extraído do sítio em que foi descoberto em uma expedição coordenada pela professora do campus Fundão da UFRJ. Ele foi descarregado na Etec após um trabalho de mais de duas horas, como uma minirretroescavadeira, que fez desde a retirada da terra que cedeu para debaixo da peça e em seu entorno, até içá-la, colocá-la em cima do caminhão e transportá-la até a escola técnica. Na época, o pesquisador André voltou ao local, coordenando o projeto aprovado por um edital universal do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que envolveu a ação de extração da peça e, juntamente com sua equipe, engessou e preparou o material para sua retirada.
 

Foto: Maurício Delfim Fotografia
Professor: “esse elemento é importantíssimo para complementar informações sobre esses grandes animais”
 

Foto: Maurício Delfim Fotografia
Trio prepara fóssil da cintura pélvica de um saurópode para envio ao Rio de Janeiro
 

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