Protótipo de reciclador de resíduo vegetal doméstico, voltado para resolver o problema do resíduo líquido, na busca de obtenção de patente recebe parecer do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) para trâmite em análise prioritária.
A invenção do pesquisador vinculado à Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Dr. Fábio Fernando de Araújo, tem o viés da tecnologia verde. Condição que favorece a celeridade ao pedido da concessão pública do governo federal para a exclusividade de explorar comercialmente o produto.
O entendimento do inventor é de que a sua criação vai ao encontro do compromisso governamental na questão de sustentabilidade. Nessa primeira etapa de apreciação do pedido de análise prioritária, o parecer foi dado em pouco mais de 1 ano.
O pedido deu entrada em 26 de junho do ano passado e o parecer saiu em 13 de setembro deste ano. Consta do parecer que a invenção diferencia-se das outras propostas pelo fato de resolver o problema do resíduo líquido.
Diz ainda ser uma solução mais sustentável e sintonizada com as demandas agrícolas por nutrientes e microrganismos promotores de crescimento de plantas; utilizando o resíduo líquido presente na maioria dos resíduos vegetais.
O inventor explica que o chorume extraído na reciclagem do resíduo vegetal doméstico serve como adubo orgânico líquido. Biofertilizante testado com sucesso em estudo de final do curso de Agronomia, utilizado no cultivo de milho.
O material seco pode servir para compostagem, como adubo orgânico. Existe ainda a possibilidade de servir como ração animal, pela alta concentração de nutrientes; conforme avaliação feita na universidade.
“Extratora/fermentadora de resíduos vegetais domésticos” é o título do pedido do registro de propriedade industrial ao Inpi; autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O encaminhamento foi feito em parceria com a Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), mantenedora da Unoeste. O parecer de análise prioritária significa que o trâmite final deverá ocorrer em até 2 anos; o que representa 20% do prazo convencional.
A produção do protótipo para a casa de família com quatro pessoas, que gera em média 5 kg de resíduos vegetais por dia, ocorreu durante a pandemia do coronavírus. Equipamento simples que utiliza, como corpo principal, tambor plástico reciclável de 40 litros.
A parte elétrica, que inclui exaustor e temporizador, e a parte hidráulica são de baixo custo. A função extratora está em extrair o líquido e promover a sua estabilização para não gerar incômodos, como o mau cheiro e moscas.
A função fermentadora compreende o processo de decomposição; o qual recebe inoculação de bactérias para acelerar o processo. O experimento é feito na casa do inventor, cuja família é de quatro pessoas.
Conforme o Dr. Fábio, o entendimento com a Unoeste se deu junto ao pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, com encaminhamento à CDPI (Coordenadoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação).
Nesse órgão interno, pelo qual responde o Dr. Jair Garcia Junior, a destinação ao Inpi, feita junto à secretaria da CPDI, teve o processo de submissão inserido no sistema por Luciana Brambilla. O parecer veio assinado pelo chefe de divisão, Gilson da Silva.
Foto: Homéro Ferreira
Dr. Fábio Araújo é autor do invento trabalhado durante a pandemia