Tradicionalmente, o consumo de peixes aumenta na Sexta-feira Santa, que antecede a Páscoa. Desta forma, para quem segue à risca a doutrina religiosa, o dia é resguardado e não há o consumo de carne vermelha, dando espaço à venda de pescados. Neste cenário, quem comemora e aguarda o momento ao longo do ano são os pesqueiros. Em Presidente Prudente, os proprietários confirmam o aumento na movimentação, principalmente na demanda e, consequentemente, no preparo de refeições. Apesar de existente, durante a data a pesca fica em segundo plano.
Como noticiado por este diário, no início da quaresma tais estabelecimentos esperavam um aumento de até 50% na movimentação, envolvendo todos os serviços oferecidos. No Pesqueiro Zóio D’água, por exemplo, o gerente Pablo Henrique Amaral e Silva confirma o número, mas ocasionado principalmente pela Quinta-feira Santa. “Um dia antes da Sexta-feira da Paixão é quando o pessoal realmente vem buscar os peixes, já pensando na refeição em casa mesmo”, pontua. À reportagem, ele garante que ontem a alimentação foi o carro chefe e a pescaria menos movimentada.
No entanto, Pablo não deixa de citar que a tradição religiosa já foi maior. Pensando nisso, além das refeições com pescado, o restaurante do local acaba preparando outros alimentos, como a própria carne vermelha, para quem não segue o costume e come. No que diz respeito aos tipos de peixes, “vai depender do quanto o cliente quer gastar, mas tipos mais em conta, como a tilápia e o pintado, por exemplo, são mais comuns”, assegura o gerente.
Já no Pesqueiro Dinho Peixes, que já atua há um ano na cidade, o proprietário Haroldo Takahashi, pensando nesse período, traz um cardápio mais variado, mas sempre com o peixe como o alimento principal. A aposta relativa ao aumento na movimentação do local foi de 50%. E, assim como Pablo, ele reitera que a pesca é consequência do “pós-refeição”, para lazer.
Paridade
Mas por outro lado, há quem consiga perceber uma paridade entre as atividades. É o caso do Pesqueiro Lago Azul. Segundo o proprietário Antônio Lanza Gasquez, apesar de o dia ser marcado por um consumo grande da carne de peixe para quem segue a doutrina, por lá, a pesca e a alimentação mostram movimentações iguais. “De quinta-feira até amanhã [hoje], são os três dias em que o nosso trabalho chega no auge, pois a quantidade de cliente é superior aos dias normais”, comenta.
Contudo, Antônio lembra que, desde quando começou a atuar nesse mercado, 2018 tem sido o ano mais difícil para o setor. Em outras oportunidades, ele chegou a dizer a este diário que “a coisa tá feia”, em vista dos períodos anteriores.