Presidente Prudente fechou o mês de abril com o saldo positivo de 345 novos empregos, o maior até o momento em 2023. Após iniciar o ano com um balanço negativo, esse é o terceiro mês consecutivo que o município tem saldo positivo na geração de postos de trabalho. Em fevereiro, o saldo ficou em 177 novos empregos. Em março, o montante foi de 324.
De acordo com o levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referente ao mês de abril, divulgado no final de maio, o setor de serviços novamente encabeçou o saldo positivo em Presidente Prudente, com superávit de 256 novos empregos, sendo 1.267 admissões e 1.011 desligamentos.
Também tiveram balanço favorável de contratações, os setores da construção, com 64 contratações (224 admissões e 160 desligamentos), da indústria, com 24 novas admissões (360 contratações e 336 desligamentos) e da agropecuária, com três recrutamentos (15 admissões e 12 dispensas).
Bem como nos meses anteriores de 2023, o setor de comércio voltou a apresentar saldo negativo em abril: foram 17 demissões (674 admissões e 732 desligamentos).
Segundo o diretor regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante, a densidade significativamente maior de empresas do setor de serviços no município tem uma influência direta nas contratações. Ele indica que segmentos como alimentação fora do lar, construção civil e serviços pessoais estão em processo de retomada e em alta demanda, o que resulta em um aumento nas oportunidades de emprego nessas áreas. “Estas atividades estão em retomada e aquecidas, portanto, contratando mais”, avalia Cavalcante.
No setor da indústria, o florescimento de novos postos de empregos já era esperado na perspectiva do diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Itamar Alves de Oliveira Junior, muito pelo início da safra de cana-de-açúcar. “Os números do Caged estão em linha com o que a gente acreditava que ia acontecer. Normal [esse cenário], ainda mais que houve o início da safra de cana-de-açúcar, porque temos uma usina sucroalcooleira no município. Então, a indústria sucroalcooleira contratou. As outras indústrias vêm fazendo o seu papel e aumentando a taxa de emprego”, relata Itamar. Em abril, segundo o Caged, foram 360 contratações e 336 demissões.
No entanto, para o diretor do Ciesp, há um sinal de alerta para o segundo semestre, devido às altas taxas de juros no país. “Isso tem que mudar. Se não mudar, vai haver uma desaceleração muito grande, não só no setor industrial, mas em toda economia nacional”, defende Itamar.
Segundo ele, a política governamental também é uma preocupação para o setor. “Se o governo começar a gastar demais, ele é um concorrente das empresas em obter dinheiro emprestado. Como os bancos preferem correr menos riscos, eles emprestam para o governo em vez de emprestar para as empresas. O resultado disso, consequentemente, são os juros altos. Então, este é o maior ponto para saber o que vai acontecer”, opina.
Para o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Raul Audi Junior, o desempenho abaixo das expectativas no comércio local tem contribuído para uma leve retração na geração de empregos no setor em Prudente.
O empresário indica que a atual situação econômica do país tem afetado o comportamento de compra dos consumidores devido aos juros altos e à inflação. Além disso, Audi elenca outros fatores para o cenário desfavorável no setor: “Dentre as causas que comprometem os resultados do comércio, contabilizamos, ainda, os reflexos da pandemia, como a queda no emprego formal e o declínio da renda familiar”, argumenta.
Apesar do cenário adverso relatado, o presidente da Acipp relata que os lojistas continuam buscando maneiras de melhorar as vendas e contam com o apoio da Associação Comercial, por meio do Programa de Aceleração do Comércio, que busca otimizar os resultados. “Nossa expectativa imediata é pela redução dos juros, que seria muito bem-vinda”, complementa.
Por fim, Audi projeta que a tendência de queda no emprego deve se reverter no segundo semestre, principalmente partir de outubro.
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