«A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade.»
Paulo Freire
Completaria 100 anos, se vivo fosse, Paulo Freire; completaria um centenário, e decerto, utilizaria tal momento para ensinar, o que significa o século, a década, o milênio.
Um dos mais notáveis pedagogos da história humana, influenciador e impulsionador da pedagogia crítica, Paulo Freire se tornou numa autoridade mundial, no que tange à educação.
Longe da abordagem tradicional de um aprendiz passivo e acrítico, de um recetáculo de dados e informações, propõe uma abordagem dinâmica, crítica e ativa do aprendizado, no qual o formando e o formador interagem e dialogam, trocando conceitos e reaprendendo-os, a cada passo, enquanto transformam ou relacionam a teoria abstrata em algo concreto e real.
Mostra a educação e o ensino, na sua plenitude, como movimento social, no qual à apreensão da realidade, se seguirá a apropriação da mesma, transformando o educando num sujeito ativo, social e político, senhorio da sua realidade e agindo nela com propriedade. Freire defendia as vantagens desse processo de aprendizagem tanto do ponto de vista pedagógico, quanto do social ou do político: dotados de conhecimento e investidos de poder sobre a sua realidade, de um sentido crítico e proativo, os indivíduos tornar-se-iam mais interventivos, criativos e capazes de produzir real desenvolvimento social.
Embora indiscutível a veracidade da perspectiva e das suas declarações, não se logrou ainda implementar tal tipo de ensino, dialógico e crítico, na maior parte dos países do mundo.
Ensinar, afinal, não é mais do que mostrar caminhos e permitir que o educando os desbrave.
«Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, aprendemos sempre.“»
Paulo Freire, A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam»
