Há 90 anos, em 9 de junho de 1934, Walt Disney criou o pato mais rabugento e carismático da história da animação: O Pato Donald. Apareceu pela primeira vez no desenho animado de 1934, “A Galinha Espertalhona” e desde então, povoa a imaginação infantil de várias gerações, com sua voz indecifrável, seus ataques de raiva com os sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho, a impaciência com o sovina Tio Patinhas, as disputas pela namorada Margarida com o primo Gastão e a gulodice com os confeitos criados pela Vovó Donalda. Resistiu ao tempo, à falência das histórias em quadrinhos pelas novas gerações interessadas em mídias eletrônicas, se adaptando com as tendências digitais. Grande parte do sucesso do pato se deveu ao seu dublador Tony Anselmo, com seu grasnado característico, e no Brasil por Cláudio Galvan. Acabou sendo o personagem que mais apareceu em desenhos dos estúdios: 190 produções, por seu temperamento ranzinza e menos comportado do que o personagem símbolo do estúdio: o Mickey. Nos anos 40, na política de boa-vizinhança do governo americando, esteve ao lado do personagem Disney autenticamente brasileiro: O papagaio Zé Carioca, no filme “Alô, Amigos”, de 1943, ao lado do galo mexicano Panchito. Sucesso imortal.
“Memória semântica”
A memória se subdivide em setores e um dos mais importantes é a denominada memória semântica: a que compreende a memória dos significados e aprendizados da vida. A memória semântica é responsável por consolidar o conhecimento do mundo à nossa volta através de palavras. Sabe aquela memória de saber que o gelo é gelado, o cachorro tem pelos, a onça tem pintas, maçã é uma fruta, Roma é a capital da Itália, o papa é da Igreja Católica, e por aí vai. Tudo que vamos aprendendo, assimilando, absorvendo como esponjas, são conhecimentos adquiridos que se agregam ao arsenal de memórias e habilidades da vida e que não se perdem com o passar do tempo. Quando envelhecemos, a nossa memória semântica permanece preservada, intacta no cérebro do idoso... A não ser nos processos demenciais. Isso é o que difere o esquecimento benigno natural da idade em relação a fatos e episódios. A memória episódica é a relacionada com fatos específicos, ocorridos no tempo e no espaço e que são incorporados à nossa memória, por sua importância, ineditismo, afetividade envolvida: lembrarmos do primeiro beijo, de detalhes de uma festa, de um dia específico de nossas vidas que foi marcante por lembranças alegres e tristes: tudo isto não é memória semântica. Na memória semântica, a gente não lembra do momento que aprendeu que o gelo é gelado e que o céu é azul, simplesmente aprendeu e incorporou e não desaprende. A memória semântica é compartilhada por todos os habitantes de um determinado local de linguagem comum, enquanto que a memória episódica é única, individual, pessoal, intransferível. Não se assuste por esquecer onde deixou um copo, porque esqueceu o fogão aceso ou atrasou a data de um boleto, isto acontece com todos, principalmente com idosos. Mais preocupante seria desaprender para que serve um copo, como se usa um fogão, ou qual o significado de um boleto.
Dica da Semana
Série – Streaming
“Um dia muito especial:”
Direção: Ettore Scola. Com Sophia Loren e Marcello Mastroianni. Um dos imperdíveis filmes da dupla italiana Loren-Mastroianni em um filme lindo de 1977. A história se passa em um dia de 1938, com a visita de Hitler a Mussolini na Itália e o alvoroço provocado na população local, enquanto dois personagens atípicos se encontram: uma dona de casa casada com um militar fascista, mãe de seis filhos e um radialista homossexual, que compartilham seus dramas e esperanças.