Participação feminina na política: reflexo da própria democracia

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 14/08/2024
Horário 05:18

Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado um crescente movimento em prol da igualdade de gênero, e a política não é uma exceção. No entanto, apesar dos avanços, a participação feminina na política ainda está aquém do desejado. É imperativo que o cenário político se ajuste para refletir a composição do eleitorado, que é predominantemente feminino, e oferecer mais espaço para as mulheres. Na região de Presidente Prudente, como noticiado por O Imparcial na edição desta quarta-feira, o eleitorado feminino será a maioria em 47 dos 53 municípios do oeste paulista nas eleições municipais de 2024. Do total de 637.831 eleitores da região que irão às urnas em outubro, 53,21% são mulheres e 48,17% homens.

Os números refletem a representatividade e força do gênero feminino, e isso também deve ser uma realidade na execução de políticas públicas que beneficiem as mulheres e suas peculiaridades. E, certamente, isso somente será alcançado com a inserção delas no âmbito político. Apenas para termos uma ideia, dos seis candidatos ao Executivo de Presidente Prudente, maior cidade regional, nenhum deles é mulher.

Infelizmente, de uma maneira geral, as mulheres continuam sub-representadas em cargos eletivos e nas esferas de decisão política. Diversos fatores contribuem para essa disparidade. Entre eles, estão as barreiras estruturais, como o financiamento de campanhas e a falta de suporte político, além dos desafios culturais que perpetuam estereótipos de gênero e desencorajam a participação feminina. Muitas mulheres enfrentam dificuldades adicionais, como a conciliação entre a vida política e as responsabilidades familiares, que ainda são frequentemente atribuídas a elas de forma desproporcional.

A representatividade é crucial para uma democracia saudável. Ter mais mulheres na política não é apenas uma questão de justiça social, mas também de eficácia governamental. As mulheres trazem perspectivas e prioridades diferentes, que podem levar a políticas mais inclusivas e abrangentes. Estudos mostram que a presença feminina em cargos políticos pode influenciar positivamente questões como saúde, educação e igualdade de gênero.

Alguns avanços têm sido observados, com mais mulheres assumindo cargos políticos e desafiando as normas estabelecidas. Esses exemplos positivos são um sinal de que mudanças são possíveis e necessárias. No entanto, é preciso que todos os setores da sociedade se empenhem para garantir que esses avanços se consolidem e se ampliem.

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