Papel da universidade: muito além da formação profissional

Contribuições sociais e econômicas são aspectos destacados por autoridades que defendem direitos da sociedade

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 05/04/2022
Horário 19:17
Foto: Ector Gervasoni
Encontro com membros do Ministério Público e do Tribunal de Justiça em comemoração aos 50 anos da Unoeste
Encontro com membros do Ministério Público e do Tribunal de Justiça em comemoração aos 50 anos da Unoeste

Quais são as contribuições de uma universidade, além da formação profissional? Em 50 anos de história em Presidente Prudente e região, a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) também tornou-se grande aliada ao desenvolvimento socioeconômico, e quem afirma isso são autoridades que atuam diretamente na proteção de direitos sociais e individuais: promotores de Justiça e desembargador. Na última sexta-feira (1º), Augusto Cesar de Oliveira Lima, diretor geral da Apec – mantenedora da Unoeste, recebeu membros do MPE (Ministério Público do Estado) e do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) para um jantar realizado pelo curso de Gastronomia, no Salão de Vidro do campus 2.
“A universidade deve ser um centro de excelência, que agrega pesquisa, teoria e prática, só assim o futuro profissional poderá servir à comunidade”, afirma Mário Coimbra, promotor de Justiça do MPE. Ele conta que sempre acompanhou os trabalhos desenvolvidos pela Unoeste e se impressiona principalmente com a tecnologia empregada no ensino da saúde, o que, segundo ele, quem ganha com esse investimento é também a população. 
Outro fator destacado por Coimbra é a contribuição às pessoas de baixa renda com os serviços prestados. Ele lembra que em 1974, quando iniciou a Faculdade de Odontologia, nascia também um grande projeto social sustentado pelos fundadores da Unoeste, os professores Agripino de Oliveira Lima Filho e Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima. “Dar saúde bucal aos pobres é uma dádiva e não encontrava-se em outras instituições”, disse ao lembrar dos atendimentos gratuitos realizados na Clínica de Odontologia, contemplando milhares de pessoas de Prudente e região. “Mais tarde chega a Faculdade de Medicina [1988], e se você contar o número de médicos que estão no Brasil e no exterior, posso afirmar que o que se agregou em saúde pública é impressionante!”, enaltece.
Mário Coimbra analisa os trabalhos realizados em Prudente, Jaú e Guarujá como reinserção social. “A dificuldade do SUS [Sistema Único de Saúde] é imensa e a universidade torna-se grande parceira do setor público, pois dá sustentação a uma preocupação constitucional: dar saúde a todos, especialmente aos pobres. Por isso ela contribuí com a reinserção social. Esse patrimônio tecnológico e social é algo que transcende a universidade. É motivo de orgulho, porque ver algo que ultrapassa a formação técnica e tem uma dimensão social como temos aqui, é fantástico! O que seria da nossa região sem a Unoeste? Então temos mesmo que comemorar os 50 anos desse patrimônio”, considera.

"Visionário"

Visão compartilhada pelo também promotor Marcelo Creste. Apesar de estar há poucos anos em Presidente Prudente e não ter conhecido pessoalmente o fundador da Unoeste, ele conta que sempre ouviu falar do visionário Agripino. “Fui promotor por 14 anos em Tupi Paulista e lá vi as pessoas falarem dele, um homem que andava pela cidade nas escolas rurais em lombo de cavalo ou de burro. Então você vê o que ele era e o que construiu, com essa visão de tudo que fez, para mim é mais que um visionário. É um homem iluminado em ideias e projetos”, afirma, destacando que a Unoeste é um marco no desenvolvimento político, econômico, social e cultural na região oeste do Estado de São Paulo.
Spencer Almeida Ferreira, desembargador do TJ-SP, acompanhou de perto por 20 anos o trabalho educacional e social da Unoeste. Até 2009 ele foi professor no curso de Direito e somente deixou a docência por conta do cargo de desembargador que estava assumindo no mesmo ano. “É uma alegria e uma satisfação muito grande participar de um evento dessa importância regional. Entrando hoje aqui me veio à memória a figura do professor Agripino. Ele era um visionário, tinha a atitude de ajudar no desenvolvimento, e a educação sempre foi uma preocupação dele. Tinha convicção de que a educação é a semente da formação do povo, então, nunca mediu esforços”. 
Para o desembargador, a Unoeste é uma referência, com reconhecimento em qualidade e preocupação social em transformar o cidadão. “É o conhecimento que transforma. Eu sempre levo a Unoeste comigo e sou muito grato a tudo que vivi aqui. Sei que tem um grupo grande de pessoas pensando a universidade. E esse pensar é o futuro. Quando isso é feito, planta-se uma semente e vai germinando através das gerações, como acontece hoje com filhos e netos [dos fundadores]”, encerra. 

Festividades do Jubileu de Ouro

O jantar com promotores e desembargador, realizado no Salão de Vidro da Gastronomia, integra a programação especial das festividades dos 50 anos da Unoeste. Também participaram os pró-reitores José Eduardo Creste e Adilson Eduardo Guelfi, além do médico e neto dos fundadores Gabriel de Oliveira Lima Carapeba e sua esposa, Bruna Carapeba. 
Na ocasião, o anfitrião do evento ressaltou o importante papel dos promotores de fiscalizar e proteger os princípios e interesses da sociedade. “E a Unoeste, através de sua visão, missão e valores também tem forte compromisso social. Sempre foi e continuará sendo parceira do Ministério Público”, ressaltou Cesar ao agradecer a presença de todos os convidados.   
O cardápio ficou por conta do curso de Gastronomia, comandado pela chef Mariane Sato. Inclusive, os convidados conheceram parte das instalações dessa graduação, como os laboratórios de Cozinha, Panificação e Confeitaria, Aula Show, bem como o Sala e Bar.

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