Pandemia altera celebrações de casais no Dia dos Namorados

Tradicional troca de presentes, viagens e passeios românticos tiveram que ficar em segundo plano; conheça as histórias dos casais

VARIEDADES - ROBERTO KAWASAKI

Data 12/06/2020
Horário 12:15
Cedida - Fabiana e Gabriel vão passar a data à distância
Cedida - Fabiana e Gabriel vão passar a data à distância

Ah... o Dia dos Namorados! A celebração é a data mais esperada entre os casais que aproveitam o dia para a tradicional troca de presentes; jantares românticos; passeios com as famílias; momentos de lazer que evidenciam o romantismo. Assim como as demais atividades, nesse ano foi preciso reinventar a maneira de comemoração da data por conta da pandemia da Covid-19.

A pedagoga Fabiana Zanardo Ferreira, moradora de Presidente Prudente, por exemplo, diz estar “com o coração apertado” por passar a data distante do namorado, Gabriel de Araújo Gimenes, policial militar que trabalha na capital paulista.

Eles se conheceram há sete anos, no dia do aniversário dela. Desde então, sempre passaram a data juntos. E olha que junho é um mês especial para o casal. “Dia oito foi aniversário dele, e sempre fiz surpresas”, lembra a pedagoga, que lamenta não poder viajar para encontrar o namorado. 

Fabiana e Gabriel estão há aproximadamente um mês sem se encontrarem pessoalmente, saudade que aumentou ainda mais nesta sexta-feira. Porém, isso não impediu que ela já comprasse o presente. "Já está guardado [risos]"

Jantar romântico

será dentro de casa

A pandemia também afetou a comemoração de outro casal prudentino. A história de Amanda Rocha Vilela e Daniel Verniz Vilela começou na véspera do Dia dos Namorados – união de cinco anos que resultou em casamento, em setembro do ano passado. Atualmente, eles moram juntos, e não é por isso que vão deixar de comemorar a data, como sempre fizeram.

“Todo ano a gente saía para comer comida japonesa, mas, desta vez resolvemos trocar o restaurante pela nossa casa”, conta Amanda.

A alternativa do casal será a de encomendar sushis nesta noite, o tradicional jantar romântico dentro de casa.

“Vou me maquiar, colocar uma roupa bonita para não passar a data em branco”, afirma. “Conheço casais que vão sair, mas não iremos nos arriscar”.

Daniel e Amanda vão preparar jantar romântico nesta noite

Assim como eles, os jornalistas Bianca Santos e Iury Gregh vão comemorar a data de outra forma, mas ainda não decidiram qual. Juntos há três anos, o Dia dos Namorados nunca passou em branco, e a troca de presentes é costume entre o casal.

“A gente sempre passou [o dia] trabalhando, e encontrávamos um jeito de comemorar”, conta Bianca. “Normalmente, um jantar romântico”, acrescenta Iury.

“Vamos pensar em alguma forma de compensar e fazer algo a dois, que não gere aglomerações”, afirma o jornalista.

Bianca e Iury estão namorando há três anos

Comemoração virtual

Conforme reportagem da Agência Brasil, uma pesquisa feita pela Capital Research, empresa de investimentos, mostrou que por causa das medidas de isolamento social de prevenção à Covid-19, 53% das pessoas pretendem comemorar o Dia dos Namorados virtualmente este ano, enquanto 33% disseram que vão se encontrar pessoalmente e 13% afirmaram que não vão celebrar o dia.

Neste cenário, 43% dos participantes disseram que vão comprar o presente online, enquanto apenas 6% o farão em shoppings. No ano passado, 21% adquiriam os presentes pela internet e 34% o fizeram em centros comerciais.

Segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, 60% dos donos de lojas do estado preveem queda de 40% nas vendas em relação ao ano passado nesta que é uma das datas que tradicionalmente mais movimenta o comércio nacional.

Já os cinemas, um dos serviços que mais atraem público aos shoppings, também devem sofrer impacto neste Dia dos Namorados. Segundo a pesquisa, apenas 6% responderam que vão comemorar o dia 12 de junho em frente à telona, enquanto 28% disseram ter feito isso em 2019.

Com base no faturamento do setor no ano passado, revelado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema), estima-se que o setor já tenha perdido R$ 675 milhões, considerando os três meses de fechamento até aqui.

Enquanto os cinemas sofrem, as lives ganham espaço, com a preferência de 37% para um programa de casal, nesta sexta-feira, ante 7% na mesma data no ano passado.

“O entretenimento, como um todo, deve ser um dos últimos mercados a se recuperar. Isso, porque essas empresas têm sua atuação muito centrada em eventos ao vivo e agora terão que se reinventar, a exemplo dos cinemas tipo drive thru que já foram anunciados para funcionar em São Paulo e Rio de Janeiro”, afirmou o analista da Capital Research, Felipe Silveira.

O levantamento foi realizado de forma 100% virtual e contou com mais de 8 mil respondentes, em todas as regiões do Brasil, sendo 44% residente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Publicidade

Veja também