Ontem pela manhã, com cartazes e bexigas pretas, pais e crianças praticantes de alguma modalidade esportiva aproveitaram o início das semifinais da Liga Regional de Handebol, realizada no PUM (Parque de Uso Múltiplo), para demonstrar sua insatisfação com as últimas notícias de que boxistas do camelódromo serão instalados temporariamente no local. Eles são totalmente contrários à medida.
A advogada Roberta Bagli da Silva, 45 anos, explicou que a pequena mobilização representa os pais e responsáveis de aproximadamente 700 crianças que utilizam o PUM para praticar esportes. Segundo ela, a cidade conta com muitos espaços públicos onde a Prefeitura pode acomodar e bem os trabalhadores do camelódromo. “Este local é para a prática de esportes e não para outra finalidade. Quanto tempo levou para termos este lugar tão importante pra gente, agora estão querendo destruir? Não, isso é inadmissível. Estamos de luto pelo PUM”, exalta a advogada.
Luciana Camargos, 44 anos, médica nefrologista, completou. “Queremos sensibilizar as autoridades sobre a importância da utilização desta praça esportiva por tantas pessoas, de crianças a idosos de manhã, tarde ou noite”.
A funcionária pública Jaqueline Moreira Campos, 54 anos, estava entre os pais manifestantes, primeiro por que enxerga o PUM como um patrimônio público esportivo. E também por que seu pequeno Thomáz, de 8 anos, treina handebol no local e, inclusive, jogou ontem. “A instalação dos boxistas não agrada nem a eles mesmos, que serão prejudicados com a distância da área central, onde tem maior fluxo de pessoas. Onde estão seus consumidores. E temos certeza de que nem o prazo citado será respeitado, assim como as quadras serão destruídas para esta finalidade”, frisa a funcionária pública.
GOVERNO ESTÁ ABERTO
A DIÁLOGO COM TODOS
Em contato com o assessor de imprensa da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), Iury Estevam Greghi, ele deixa claro que a Prefeitura de Prudente está aberta a dialogar com todos os envolvidos na questão da transferência dos boxistas, inclusive os pais de alunos.
O titular da pasta acentua que “é importante ressaltar, novamente, que apenas uma das quadras do PUM será utilizada provisoriamente pelos comerciantes e que nenhum aluno ficará sem aula, uma vez que a quadra principal do parque e outros ginásios poliesportivos da cidade estão em perfeitas condições para receber as aulas”. “O município também está em contato com os boxistas que sugeriram o aluguel de outro espaço, antes ocupado por um supermercado, para abrigá-los durante as obras, mas até o momento, não houve avanço nas negociações com o proprietário”, reforça. Quanto ao prazo da obra, ele diz que “está garantido, inclusive, no termo de audiência com o MP [Ministério Público], ratificado pela Justiça, de que não excederá oito meses, mas acreditamos que seja possível concluir até antes disso, com seis ou sete meses”, expõe o secretário.