Recentemente, o CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou a Resolução 2181/2018, que define a ozonioterapia como um procedimento que só pode ser realizado em caráter experimental no território brasileiro. Com isso, fica reforçada a proibição da prescrição deste tipo de tratamento, quando fora dos padrões estabelecidos pelo conselho. Estes experimentos deverão ser realizados segundo os critérios estabelecidos pelo Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).
Após estudos desenvolvidos para verificação da eficácia desta técnica, ficou constatado um elevado grau de incerteza sobre a ação. Também chegou-se à conclusão de que em alguns casos há uma estimativa de dano aos pacientes submetidos aos procedimentos, podendo gerar riscos à saúde.
A fim de regularizar a utilização da ozonioterapia, o Projeto de Lei 227/2017 está tramitando no Congresso Nacional. O mesmo prevê a autorização da prescrição da técnica como tratamento médico de caráter complementar em todo território nacional. No entanto, na área da odontologia, o procedimento já foi regulamentado pelo CFO (Conselho Federal de Odontologia) desde 2015, pela Resolução 166/2015.
O que é?
De acordo com o especialista em ozonioterapia, Diogo Santos da Silva, 26 anos, que trabalha há seis meses a técnica no ramo da medicina veterinária - que tem permissão para tanto -, o procedimento faz uso do gás ozônio, gerado a partir do gás oxigênio medicinal (puro). “O oxigênio passa pelo aparelho e sofre uma descarga elétrica, sendo adicionada mais uma molécula de oxigênio, gerando o ozônio [O3]”, explica.
O gás pode ser aplicado por diversas vias de administração, como: endovenosa, retal, intra-articular, local, intervertebral, intraforaminal, intradiscal, epidural, intramuscular e intravesical. No entanto, não é recomendado o uso do gás por via inalatória, por se tratar da única via tóxica.
Benefícios
Ainda conforme Diogo, o princípio básico da ozonioterapia é a ação antioxidante. “Quando o organismo está combatendo qualquer coisa, uma simples dor muscular, uma inflamação, infecção, são liberados radicais livres como produto desse combate, levando ao envelhecimento das células e diminuição no tempo e eficácia da resposta do organismo”, explica. Segundo ele, o sistema antioxidante age eliminando esses radicais livres, para que o organismo consiga responder contra uma determinada "enfermidade”.
A ozonioterapia também auxilia no aumento da oxigenação tecidual; libera mediadores da imunidade e possui efeito analgésico e anti-inflamatório. Além disso, age direto em vírus, bactérias e fungos, como também estimula a cicatrização e a epitelização.
Indicações
O procedimento tem indicações para patologias ortopédicas, infecciosas, imunológicas e neurológicas. Na odontologia, a ozonioterapia auxilia do tratamento de cáries dentais, quadros inflamatórios, canais radiculares, cirurgias e necroses dos maxilares.
SAIBA MAIS
As condições estabelecidas pelo Conep são:
- Os participantes devem estar de acordo com todas as condições da pesquisa;
- Deverá ser estabelecido completo sigilo para os que se submeterem ao tratamento;
- Oferecimento de suporte médico em casos de efeitos adversos;
- Proibição de cobrança em qualquer uma das etapas do procedimento.