Ou você é maduro ou é um bobo

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 16/01/2024
Horário 06:00

Em nossa breve passagem por este mundo temos que cumprir algumas missões, muitas delas, aliás, até alheias à nossa própria vontade.
Uma delas é crescer.
Desde a concepção há um contrato social entre nós e o universo de que devemos nos desenvolver e assim vamos seguindo e avançando em cada etapa prevista.
Após o momento em que lutamos para permanecer meio que vivo, nos primeiros meses de vida, amamentando e escapando das primeiras doenças, chega a fase da infância.
Na infância, temos a obrigação de ser muito felizes, amados, acolhidos e já encaramos ali as primeiras responsabilidades importantes como ir à escola, ter relacionamentos pessoais e por aí vai até chegar na adolescência, essa fase desgraçada da vida.
Não há muito como ser feliz o tempo todo com seu corpo em ebulição, mudança de tom de voz, espinhas, as primeiras paixões e decepções, a noção exata do lugar a que você pertence na esfera social, enfim. Tudo na adolescência é elevado à potência máxima, mas, pelo menos, não à toa, porque ela te prepara para o começo da vida adulta e de repente você já está na faculdade ou consegue um emprego e vai cuidar do futuro. Começam os primeiros namoros mais promissores, às vezes um compromisso muito fiel e por aí vai até por volta dos 30 anos, quando surge a maturidade.
Eu penso que a maturidade, livre de conceitos mais exatos, é a expressão mais clara do que é ser alguém na vida. É por ela que compreendemos não só nosso papel, mas pela primeira vez temos certeza dos nossos atos e de nosso papel enquanto cidadão e membro de uma família ou de uma comunidade.
 Sem maturidade não é possível viver bem, porque ela também é nosso freio moral, aquele dispositivo que nos impede de cometer atos inconsequentes. Podemos beber, mas já não vamos encher a cara e dar vexame; podemos inovar no trabalho, mas já teremos condição de não expor a empresa em roubadas; podemos nos posicionar na família, mas não brigamos com qualquer um a qualquer tempo. Enfim, maturidade é quando realmente tomamos juízo.
Acontece com todos nós? Pois é, não e é aí que você entende por há tanto bobo circulando em nossos grupos sociais. A pessoa que não desenvolve certa maturidade pelo menos até os 30 anos, não quer dizer que não será um “Zé Ninguém” e, pelo contrário, pode até ter relativo sucesso na vida, ter um bom emprego, ganhar dinheiro e constituir família, mas será sempre um bobão.
Quantos você conhece assim? Cinquenta anos nas costas e com atitudes de 12? Eles estão por aí sim, no trânsito, na família, na universidade, no trabalho e o pior de tudo isso, é que eu tenho uma impressão de que se chegou a este nível, não corrige mais. Resta, conviver com a pessoa que vomita hipocrisia; acha legal sonegar imposto, mas chama todo político de ladrão; não respeita pensamentos ideológicos diferentes do seu; é racista e misógino; é passiva agressiva e tantas outras qualificações de arrepiar.
Que em 2024, eu e você consigamos escapar deste povo! Oremos.
 

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