“Os jovens de hoje são a primeira geração da história com um QI mais abaixo do que a anterior. E isso está diretamente relacionado ao tempo de exposição dessas crianças às telas: estudos têm mostrado que quando o uso de televisão ou videogame aumenta, o QI e o desenvolvimento cognitivo diminuem”. Quem diz isso é Michel Desmurget, um pesquisador francês, especializado em neurociência cognitiva. Em seu novo livro: “A fábrica de cretinos digitais, 5ª reimpressão – vestígio”, ele nos alerta, e se posiciona o quanto esse caminho será árduo, a cada um de nós.
Em quem acreditar? O consumo recreativo do digital – em todas as suas formas (smartphone, tablet, televisão etc.) – pela nova geração é absolutamente astronômico. A partir dos 2 anos, as crianças dos países ocidentais acumulam diariamente quase 50 minutos da tela. Entre 2 e 8 anos, esse tempo é de 2h45min. Entre 8 e 12 anos, os jovens passam aproximadamente 4h45 min diante dela. Entre 13 e 18 anos, eles chegam perto de 7h15min. Ao fim de um ano, isso totaliza mais de 1.000 horas para um aluno da pré-escola (1,4 mês), 1.700 horas para um estudante de nível fundamental (2,4 meses) e 2.650 horas para alunos do ensino médio (3,7 meses). Expresso em fração do tempo diário de vigília, isso resulta, respectivamente, em 20%, 32%, 45%. Ao longo dos 18 primeiros anos de vida, eles representam o equivalente a quase 30 anos letivos, ou, se preferirmos, 15 anos de um emprego em tempo integral.
Tempos modernos e vidas de uma geração que precisamos urgentemente nos policiar, se entendermos que mesmo ainda não tendo filhos pequenos, adolescentes, estamos diante de uma geração perspicaz, e de fatores que ainda nos permitem um certo controle de suas ações. Será? Até que ponto, ainda, mesmo não tendo um certo equilíbrio daquilo que passamos a dar de mãos beijada a essa criançada, e que muitos acham que o mundo gira e que já nasceu totalmente digital? Quem sabe! Equilíbrio e discernimento em ações precisas de pais a caminho de um futuro próspero!
Tempo atrás, e ainda me lembro, havia escrito num certo artigo, o que nos imperava de certos lemas, mas que ainda prevalece, e é forte: “Pais temerosos às atitudes dos filhos, criados por eles mesmos”. Quando, mesmo sendo totalmente insano naquele momento, sem nenhuma pesquisa de fatores ligados a algum resultado, nossas manias, já tendo como base de nossos pais quando crianças, uma certa teimosia numa insistência já seria barrada em algum momento, pela sabedoria de um tempo em que nossos pais nos posicionavam quando necessário. Se amamos nossos filhos, sobrinhos, netos, e se queremos verdadeiramente o seu melhor, seja na escola, na vida social, em qualquer que seja o ambiente, precisamos fazer com que essa nossa afetividade maior seja um pouco mais enérgica. “A verdade existe, a mentira nós inventamos”. George Braque, pintor e escultor.