Recentemente tenho falado muito com meus pacientes sobre limites. Coincidentemente ou não, me deparei com essa frase do título em uma publicação do Instagram (de uma página chamada @obvious.cc) e acredito que seja uma oportunidade para desenvolver o tema.
Muitas vezes, associamos limites a algo negativo, como barreiras ou restrições que nos afastam dos outros. À vista disso, medo é o que mais aparece associado à tentativa de se impor e criar limites em relações desbalanceadas. As relações humanas são muito complexas e não se pode determinar uma única razão pela qual algumas pessoas estabelecem e se mantêm em relações que ultrapassam seus limites; cada ser humano é singular e o que faz isso se perpetuar também é individual.
No entanto, ao entender os limites sob uma perspectiva mais ampla, podemos perceber que eles são fundamentais para a construção de relações saudáveis e genuínas. Estabelecer limites é um ato de autocuidado. Quando somos claros sobre o que é aceitável para nós e comunicamos isso de maneira respeitosa, estamos cuidando de nosso bem-estar emocional, mental e físico.
Imagine uma relação onde não há limites definidos; a falta de clareza pode levar a mal-entendidos, ressentimentos e, geralmente, conflitos. O estabelecimento de limites feito de maneira assertiva comunica ao outro a importância dele em seu convívio, afinal, caso essa conexão não fosse importante, não se perderia tempo tentando adequá-la.
Comunicação é essencial para esse processo; quando expressamos nossas necessidades de maneira clara, abrimos um canal de comunicação mais transparente, permitindo que ambas as partes saibam até onde podem ir sem ultrapassar os limites do respeito e da consideração mútua.
É importante salientar que os limites não são muros intransponíveis, mas pontes que conectam pessoas de forma mais autêntica. Quando respeitamos nossos limites e os limites dos outros, criamos um ambiente de reciprocidade e acolhimento. Esse respeito mútuo nutre os relacionamentos, permitindo que eles se desenvolvam de maneira saudável e equilibrada. No momento em que nos posicionamos de forma clara sobre o que queremos e precisamos, atraímos pessoas e situações que condizem com nossa verdade, criando assim, uma base mais sólida para conexões autênticas.
Este texto é um convite para repensarmos sobre como nos relacionamos com os outros e com nós mesmos. Limites são expressões de respeito, por si próprio e pelos outros. Eles nos aproximam de maneira mais verdadeira, fortalecendo laços que se baseiam na compreensão, no cuidado e na empatia.