Os Bárbaros Cia de Teatro, única representante prudentina no evento, promete encantar o público com o seu espetáculo "Casa de Bonecas", nesta quarta-feira, às 20h, na Área de Convivência do Sesc Thermas, pela 22ª edição do Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente). Os ingressos custam entre R$ 5 e R$ 17. Na grade de programação do dia, haverá ainda outras três peças, além de uma atividade formativa.
Com dramaturgia de Cássio Pires,
através do Projeto Ademar Guerra, "Casa de Bonecas" é considerada uma obra-prima da literatura. De acordo com Antonio Júnior, coordenador e ator da companhia, o grupo se utiliza de rubricas da peça de Ibsen, que se passa na Noruega, para narrar a história de Nora Helmer e sua vida reprimida por Torvald, alto funcionário de um banco, seu esposo, que a manipula como se esta fosse uma boneca.
Segundo ele, o espetáculo - que teve sua estreia em junho do ano passado - mostra a forma cuidadosa como este esposo trata sua esposa, escondendo a sujeição que ele estabelece sobre ela e relevando diversos mecanismos que mostram o funcionamento da sociedade patriarcal. O enredo aponta, ainda, o desenvolvimento de um gesto da mulher em relação a esse estado de coisas, o que a levará a tomar uma atitude radical no desfecho da trama.
Antônio Junior comenta que a equipe está muito feliz com a seleção, principalmente por terem ciência das várias outras companhias excelentes que se inscreveram, não somente de Prudente, mas de toda a região. "Esta é nossa segunda participação no festival. A primeira foi em 2012, com a peça ‘Quando as Máquinas Param’, num espaço que tinha capacidade para 60 pessoas, e o que vimos foram filas do lado de fora para o triplo. Esperamos ver nosso teatro cheio!", anseia o ator.
Produção
"Casa de Bonecas" foi produzido com o incentivo do ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo. No palco, além Antonio Junior, estão Nilka Costa e Renan Antunes. A adaptação do texto original de Henrik Ibsen de 1879, apesar do nome, não se trata de um espetáculo infantil, mas sim do drama original, que se passa na Noruega, e ganhou notoriedade por impactar as pessoas da época.
"A história gerou uma grande discussão a respeito da exclusão das mulheres na sociedade burguesa. A peça correu o mundo, virou sucesso internacional e, até hoje, é tema intenso de debate. Introduzimos um aspecto mais contemporâneo e ‘Casa de Bonecas’ caiu no gosto do público e já foi apresentada, inclusive, no Festival de Teatro de Curitiba, recebendo crítica de uma especialista como uma das surpresas do evento!", exclama Antonio Júnior.
Os Bárbaros
A companhia de teatro surgiu no final de 2008, tendo como primeiro trabalho o infantojuvenil "Pinócliuss – Uma Aventura de Circo", que subiu aos palcos em 2009. Em 2011, o grupo foi contemplado com o Projeto Ademar Guerra para trabalhar o espetáculo "Quando as Máquinas Param", de Plínio Marcos, que estreou em 2012. Desde então, Os Bárbaros circularam com o espetáculo recebendo críticas positivas e premiações diversas por onde passam. Em 2013, novamente contemplados com o Projeto Ademar Guerra, receberam Cássio Pires em Prudente para a montagem desta peça, continuando os estudos da companhia. Os Bárbaros são formados por Antonio Junior, Fernando Spinoza, Nilka Costa, Renan Antunes e Renan Kisaki.
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PREMIAÇÕES
Em 2013, o grupo foi contemplado pelo edital ProAC promovido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, programa responsável por promover a ampliação e a diversificação da produção artística. Em maio de 2014, em Tupã, o "Casa de Bonecas" conquistou o terceiro lugar na categoria Melhor Espetáculo, do 13º Festival de Teatro Prêmio Nacional de Artes da Estância Turística, além das indicações pelas categorias: Melhor Cenografia, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz e Melhor Diretor. No mês de julho de 2014, a companhia foi premiada em três categorias na décima edição do Festar (Festival de Teatro de Benardino de Campos). As categorias conquistadas foram de: 2º Melhor Espetáculo, Melhor Atriz, para Nilka Costa e Melhor Texto Adaptado, para Cássio Pires.
