Organização em PP cancela manifestação deste domingo
De acordo com o líder local, Chezlacki Junior, a participação foi reavaliada após o movimento não concordar com pautas sugeridas, como as reformas trabalhista e previdenciária
O Vem Pra Rua de Presidente Prudente não participará das manifestações programadas para domingo, quando lançaria as campanhas "Lula na cadeia" e "Fora Rodrigo Maia" (atual presidente da Câmara dos Deputados), além de pedir a aprovação do PL (projeto de lei) que traz dez medidas contra a corrupção. De acordo com o coordenador Chezlacki Junior, a decisão foi tomada em virtude da discordância de pautas entre o movimento e o MBL (Movimento Brasil Livre), tais como a reforma trabalhista e a reforma previdenciária. Para ele, tratam-se de "propostas importantes demais para serem feitas por um governo ‘tampão’".
Chezlacki: "Governo tampão"
O militante expõe que a reforma trabalhista formulada incentiva a terceirização, prejudica quem é servidor público, estadual e federal e abre jurisprudência para a não contratação de novos funcionários e abertura de concursos, além de pessoas ganharem menos por um trabalho feito de forma indevida. Em relação à reforma previdenciária, argumenta que o contribuinte recebe aproximadamente 25% do que devolve aos cofres públicos, logo "não há como ‘quebrar’ a Previdência". "O governo tem é que fazer mais com menos: gastar menos e investir mais em políticas públicas", avalia. Para ele, as reformas sugeridas são "necessárias", mas não da forma como foram propostas.
Chezlacki adianta que se reunirá com lideranças em São Paulo no começo de abril, a fim de traçar novas ações e metas, posto que "o país mudou, bem como o brasileiro, que não aceita mais as coisas como elas vêm". Tendo isso em vista, o movimento será reorganizado e estruturado para melhor atender às pautas municipais e nacionais. "Não podemos trabalhar por pautas da direita ou esquerda. A reforma trabalhista e a reforma da Previdência atingem todos os brasileiros, tiram direitos adquiridos e não podem passar como estão formuladas. Entendemos que deveriam ser assuntos do novo presidente eleito em 2018", salienta.
O coordenador acrescenta que o propósito é promover, em Prudente e região, fóruns de debate e palestras com personalidades, a fim de discutir novos caminhos para o Brasil e trabalhar com o voto consciente para as eleições do ano que vem, de modo que "os políticos ruins sejam trocados por pessoas melhores, que tenham políticas justas, não populistas". O atuante denota ainda que o movimento acredita no voto facultativo, fim da coligação e eleição do mais votado. "O candidato deve poder ser independente, sem a necessidade de ter um partido para ser eleito", enfatiza.
Em relação a futuras manifestações, Chezlacki pontua que, após a reunião com as lideranças de São Paulo, o Vem Pra Rua de Prudente decidirá se deve ou não manter a sua participação.