Após cerca de um mês em greve, 25 operários de uma obra de casas populares em Caiuá moveram ação trabalhista contra a empresa contratante, a Consipe, de Presidente Epitácio. Os funcionários haviam paralisado os serviços em 29 de janeiro por atraso no pagamento de salários de dezembro e janeiro, e a não entrega de cestas básicas referentes aos mesmos meses.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção de Presidente Prudente e Região (Sintracom), Gilberto Lúcio Zangirolami, propôs aos funcionários que entrassem com o pedido de rescisão indireta, processo no qual eles se desligam da empresa, mas têm direito a receber todos os vencimentos atrasados, além do 13º salário, multas de rescisão, acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outros benefícios. "Foi a melhor saída que encontramos. Não adiantava continuar prestando serviços para a empresa sem receber em dia", afirma.
Ciente do pedido de demissão coletiva, o responsável pela Consipe, Edson Inácio, reconhece que deixou de pagar os salários dos dois últimos meses, mas garante que os demais benefícios estão atualizados. Dessa forma, posiciona-se contrário aos argumentos dos operários. "Eles não estavam nem um pouco comprometidos com o serviço. Não tinha motivo para continuar com eles na obra", disse. Afirma ainda que está aberto a acertar os débitos com os funcionários.
Segundo Zangirolami, mesmo que os trabalhadores tenham se desligado da empresa, a fiscalização deve continuar intensa. Para isso, solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma atenção especial aos novos operários contratados. "É uma obra que já tem histórico de irregularidades, não podemos deixar que isso ocorra novamente", conclui.
Por dois dias consecutivos, a reportagem tentou repercutir o caso com o prefeito de Caiuá, Cícero Paulino Sobrinho (PSDB), mas não conseguiu contatá-lo em nenhum dos telefones celulares, nem no gabinete.