A Polícia Civil deflagrou nesta manhã a operação denominada “Voo de Ícaro”, que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, e prendeu 21 pessoas acusadas por integrar a organização criminosa que utilizava drones para lançamento de objetos no interior de unidades prisionais. Do total de presos, nove estavam em estabelecimentos prisionais, sendo que dois supostos líderes são detentos das penitenciárias de Martinópolis e Pacaembu.
De acordo com a polícia, a ação contou com o apoio do GIR (Grupo de Intervenção Rápida da Administração Penitenciária) que efetuou buscas administrativas no interior das celas dos detentos. Durante o trabalho dentro e fora das penitenciárias, houve apreensão de material probatório bem como o bloqueio e sequestro de diversas contas bancárias utilizadas pelos membros da organização criminosa.
Comunicação garantida
O trabalho investigativo durou cinco meses, período em que o serviço de inteligência da Polícia Civil conseguiu identificar 21 pessoas suspeitas de integrarem o grupo. Segundo apurado pelos agentes, os aparelhos celulares que ingressavam nas unidades prisionais garantiam a comunicação da liderança da organização. Desta forma, comandavam “ações gerais” contra o Estado.
“Os drones eram monitorados externamente, a partir de acesso remoto, com a ajuda de presos que direcionavam o controlador para a liberação de materiais, arremessados no pátio de banho de sol, com hora marcada. Em alguns casos, o drone era direcionado até próximo do solo, onde um preso liberava a carga, o que levou, algumas vezes, ao abate do aparelho por agentes de muralha”, salienta a polícia.
Apoio tecnológico
No decorrer da investigação, a polícia descobriu que os criminosos utilizavam pesquisa em aplicativo de geolocalização para acesso visual aéreo da unidade prisional. Para visualizar ao redor dela, era utilizado o street view. Desta forma, será representando junto ao Poder Judiciário para que seja expedido mandado judicial para desfocar áreas de segurança, como delegacias de polícia, penitenciárias e unidades militares.
Saiba mais
Na área do Deinter-8, as prisões ocorreram nas penitenciárias de Martinópolis e Pacaembu. Nas demais regiões, suspeitos foram detidos na Penitenciária de Lavínia III, Penitenciária de Álvaro de Carvalho, Penitenciária de Potim, Penitenciária de Parelheiros e Penitenciária de Franco da Rocha I.